Estudo de uso de GPS em ônibus do Rio de Janeiro para segurança de passageiros e motoristas em meio a onda de violência.

O Governo do estado do Rio de Janeiro está considerando a implementação de um sistema de GPS para acompanhar a localização em tempo real dos ônibus da capital fluminense, visando aprimorar a segurança de passageiros e motoristas.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que está em negociações com a Polícia Militar e empresários do setor de transportes para avaliar os sistemas de monitoramento que as empresas possuem atualmente.

Essa discussão surge após uma série de episódios de violência envolvendo os coletivos na cidade.

No último dia 16, suspeitos utilizaram nove ônibus para bloquear a estrada do Itanhangá, nas comunidades Muzema e Tijuquinha, na zona oeste, com o intuito de dificultar uma operação policial do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).

A ação teve como objetivo evitar um confronto entre milicianos e traficantes do Comando Vermelho. Durante a operação, não foram registrados feridos nem prisões.

No dia seguinte, mais cinco ônibus foram utilizados como barricadas nas comunidades Muzema, Pavuna e Costa Barros, na zona norte.

O sindicato Rio Ônibus revelou que já utiliza um sistema de notificação de assaltos e atos de vandalismo. Em casos de assaltos, os motoristas são treinados para identificar os pontos exatos onde ocorreram as ações criminosas.

O porta-voz do sindicato, Paulo Valente, destacou a importância dessas informações para auxiliar a polícia no combate aos crimes. Ele ressaltou que, em muitos casos, é necessário desviar as rotas dos ônibus para garantir a segurança dos passageiros e funcionários.

Como resposta aos recentes ataques, o governo determinou o reforço do policiamento na região do Itanhangá, com o envolvimento de 48 policiais, 10 viaturas e 16 motocicletas do Batalhão Tático de Motociclistas.

Além disso, a área de inteligência da Polícia Militar continuará monitorando possíveis ações criminosas nessa localidade.

O Rio Ônibus revelou que, somente este ano, 101 ônibus foram sequestrados e utilizados como barricadas, com as zonas norte e oeste sendo as mais afetadas por esse tipo de crime.

Nos últimos 12 meses, criminosos sequestraram 132 veículos e incendiaram outros oito, resultando em um prejuízo de R$ 22,6 milhões apenas com danos aos ônibus.

Essas ações violentas nos transportes públicos não são eventos isolados. Há um ano, pelo menos 35 ônibus e um trem foram incendiados no mesmo dia no Rio, em retaliação à morte de um dos líderes de uma das maiores milícias do estado.

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