Descoberta de possível lua em erupção ao redor de exoplaneta intriga cientistas
Astrônomos ao redor do mundo têm se dedicado a mapear os milhares de planetas orbitando estrelas distantes. No entanto, a busca por luas ao redor desses mundos ainda é um desafio. Uma descoberta recente ao redor de um planeta do tamanho de Saturno, a 635 anos-luz da Terra, oferece uma das melhores pistas potenciais de que exoluas orbitam exoplanetas na Via Láctea.
O planeta, conhecido como Wasp-49 b, surpreendeu os cientistas ao apresentar indícios de que uma exolua estava lançando matéria vulcânica e gases nocivos, que se dissipavam como a cauda de um cometa. Essa possível evidência foi descrita em um artigo no periódico Letters do The Astrophysical Journal, e levou os pesquisadores a considerarem a hipótese de que estruturas semelhantes a luas podem ser mais comuns do que se imaginava.
Segundo especialistas, a abundância de luas em nosso Sistema Solar sugere que exoluas certamente existem. Porém, devido ao tamanho reduzido desses corpos celestes, a detecção direta tem sido um desafio. A nuvem de sódio observada ao redor de Wasp-49 b oferece uma forte perspectiva de que um satélite hipervulcânico pode estar presente, lançando material constantemente no espaço, assim como faz Io, lua de Júpiter.
Apurva Oza, astrofísico planetário e autor do estudo que detalha a descoberta, ressalta a importância dessas observações: “O sinal de sódio é definitivamente intrigante e uma exolua é uma possibilidade emocionante.” Oza e sua equipe utilizaram o Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul para estudar a nuvem de sódio ao redor de Wasp-49 b e chegaram à conclusão de que a presença de uma exolua vulcânica pode explicar os padrões observados.
Embora o ceticismo ainda seja presente entre alguns astrônomos, como David Kipping, da Universidade de Columbia, a descoberta abre novas possibilidades para a compreensão dos sistemas planetários distantes. A lua encontrada ao redor de Wasp-49 b pode não ser permanente, devido às intensas forças gravitacionais do planeta, mas sua presença é um marco importante na pesquisa de mundos além do nosso sistema estelar.