A iniciativa partiu da Coordenação de Infância e Juventude (CoInfância) e do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da DPRJ, que enviaram ofícios aos clubes citando leis e resoluções que regulamentam a publicidade em produtos destinados a crianças e adolescentes. Os clubes têm casas de apostas como patrocinadores principais e a exposição dessa publicidade destina-se a um público vulnerável, o que gera preocupações em relação aos impactos comportamentais nos apostadores.
Além disso, a atuação das casas de apostas também tem sido alvo de escrutínio público nos últimos meses. Levantamentos indicam um aumento significativo no número de pessoas praticando apostas esportivas por meio de plataformas eletrônicas, com impactos diretos na economia e nas famílias de classes sociais mais baixas. Estudos mostram que as apostas esportivas comprometem o orçamento familiar e estão drenando recursos de programas sociais, como o Bolsa Família.
Diante desse cenário, o governo tem tomado medidas para regulamentar o setor, como a proibição do uso de cartão de crédito para pagar apostas e o combate aos sites de apostas ilegais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que está disposto a acabar com o mercado de apostas se a regulação existente não for suficiente para proteger a saúde mental e financeira da população.
A Agência Brasil entrou em contato com os clubes para obter mais informações sobre a solicitação da Defensoria Pública, porém, apenas o Botafogo de Futebol e Regatas se manifestou, informando que a questão deve ser esclarecida com a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) Botafogo. Os demais clubes não enviaram comentários até o momento. A Defensoria esclarece que os ofícios foram enviados aos clubes e cabe a eles, se necessário, repassar as informações à SAF, responsável pela gestão do futebol. O Vasco da Gama também é gerido por uma empresa SAF, o que coloca a responsabilidade sobre a decisão nas mãos dessas entidades.