Defesa de Richard Moore busca clemência com base em discriminação racial
A defesa e a família de Richard Moore, condenado à pena de morte, estão lutando para obter clemência do governador da Carolina do Sul, Henry McMaster. Eles argumentam que a execução de Moore seria uma pena excessivamente dura, levando em consideração seu histórico na unidade prisional e suas ações para ajudar companheiros detentos.
A advogada Lindsey Vann afirmou: “Ele está muito arrependido pelas decisões horríveis e trágicas que tomou em sua vida. Mas ele passou os últimos 20 anos realmente tentando compensar isso, amando as pessoas que ainda tem em sua vida”. A defesa também aponta que a sentença de morte de Moore foi baseada em discriminação racial no sistema judicial, destacando que o promotor do Condado de Spartanburg tinha preferência por buscar a pena de morte em casos envolvendo vítimas brancas.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos concluiu que os direitos humanos de Moore podem ter sido violados durante seu julgamento, evidenciando a falta de representatividade racial no processo. Lindsey Vann ressaltou: “Estou realmente impressionado com a imagem que tive do julgamento de Richard, onde há um promotor branco, um juiz branco, advogados de defesa brancos, um júri totalmente branco e ele é a única pessoa afro-americana na sala, e está sendo julgado por um júri que não tem ninguém parecido com ele.”
Apenas o governador McMaster tem o poder de conceder clemência, conforme a legislação da Carolina do Sul. Se isso ocorrer, Moore será o primeiro preso do estado a ter a sentença de morte alterada para prisão perpétua sem liberdade condicional desde 1976, quando as execuções nos EUA foram retomadas. McMaster já recusou clemência a outros condenados no passado, como no caso de Freddie Owens, mesmo após evidências de testemunhas indicarem sua inocência.
Richard Moore já teve duas datas de execução adiadas anteriormente, em um momento em que o estado só permitia a cadeira elétrica e o pelotão de fuzilamento como métodos de execução. Em 2022, o condenado chegou a escolher o fuzilamento como forma de punição.