Câncer de mama afasta 4 em cada 10 mulheres do trabalho, aponta pesquisa da Astrazeneca encomendada ao Datafolha

Impacto do câncer de mama na vida profissional das mulheres

Um estudo realizado pelo Datafolha, a pedido da empresa farmacêutica Astrazeneca, revelou que 4 em cada 10 mulheres que estavam ativas no mercado de trabalho precisaram abandonar seus empregos após receberem o diagnóstico de câncer de mama. Essa pesquisa destacou a grande barreira que esse diagnóstico representa para a readaptação dessas mulheres em suas atividades profissionais.

O diretor da Escola Brasileira de Mastologia, Guilherme Novita Garcia, ressaltou a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para que as mulheres consigam manter suas atividades profissionais, familiares e sociais. No entanto, os desafios relacionados ao tempo de recuperação e às consultas frequentes, principalmente no SUS, podem dificultar essa conciliação.

Segundo a pesquisa, realizada em cinco cidades com 240 mulheres, 59% das que estavam empregadas no momento do diagnóstico conseguiram manter seus empregos, enquanto 41% precisaram abandoná-los. As maiores quedas foram observadas entre mulheres com carteira assinada e freelancers.

O câncer de mama impacta principalmente mulheres entre 45 e 60 anos, muitas vezes as principais provedoras da família. Karina Fontão, diretora médica da AstraZeneca, ressaltou a importância do envolvimento de familiares, amigos, colegas de trabalho e profissionais de saúde no enfrentamento da doença.

A advogada Priscila Arraes explicou que a lei brasileira proíbe a discriminação por doença e protege contra demissões injustas. Em casos de doenças graves, o desligamento é considerado discriminatório e as empresas devem comprovar o contrário. Ela defendeu que grandes empresas ofereçam suporte psicológico a funcionários com doenças graves.

O estudo indicou que as ausências para tratamentos são a principal dificuldade para manter o emprego, com cirurgias exigindo afastamentos de 15 a 30 dias e quimioterapias que podem durar de quatro a seis meses. Arraes sugeriu a criação de legislação para que empresas, especialmente as grandes, forneçam suporte especializado a esses trabalhadores.

Essa pesquisa ressalta a importância de políticas e ações para garantir que mulheres diagnosticadas com câncer de mama possam manter sua vida profissional e tenham o suporte necessário durante o tratamento.

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