Estratégia global da ONU visa zerar emissões de gases do efeito estufa pelo transporte marítimo até 2050, desafio para o Brasil.

ONU lança estratégia global para zerar emissões de gases do efeito estufa no transporte marítimo até 2050

A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização Marítima Internacional (IMO), está empenhada em um desafio ambicioso: zerar as emissões de gases do efeito estufa pelo transporte marítimo mundial até o ano 2050. O plano, discutido durante uma audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), apresenta mudanças significativas para o setor de transporte de cargas e requer atenção por parte do Brasil.

O assessor da comissão do governo brasileiro para assuntos ligados à IMO, Flavio Haruo Mathuiy, salientou a importância de o Brasil desenvolver um plano nacional para a transição energética e descarbonização do transporte marítimo. Com a IMO contando com 176 países-membros, entre outros participantes, a expectativa é que as normas estabelecidas pela organização sejam obrigatórias para países como o Brasil, que dependem do transporte marítimo para suas exportações.

Impactos da estratégia da IMO

A nova estratégia da IMO, aprovada em 2023, define metas claras para a redução das emissões ao longo do tempo. Com pontos de verificação em 2030 e 2040, exigindo reduções de 20% a 30% e 70% a 80%, respectivamente, até alcançar emissões líquidas zero em 2050, o desafio é significativo para o setor.

Dos países exportadores, o Brasil é um dos mais impactados devido à longa distância de suas rotas marítimas, que acarretam em emissões significativas. A necessidade de investimentos em combustíveis menos poluentes, como biocombustíveis e energias renováveis, surge como parte da solução para cumprir as metas estabelecidas.

Redefinindo o panorama do transporte marítimo

A transição energética no transporte marítimo demandará adaptações significativas no Brasil, incluindo a modernização dos portos, a atualização dos motores das embarcações e a ampliação das infraestruturas de transporte terrestre. Para financiar essas mudanças, investimentos públicos e privados, com destaque para o papel do BNDES, serão essenciais.

Além disso, a integração de diversas iniciativas ministeriais e a criação de uma política nacional de descarbonização são fundamentais para o país enfrentar os desafios ambientais e econômicos impostos pela nova estratégia da IMO.

Audiência na CI e compromissos futuros

A audiência promovida pela Comissão de Serviços de Infraestrutura evidenciou a urgência da descarbonização do transporte marítimo internacional e contou com a participação de representantes de diversos setores. O compromisso de promover novos debates sobre o tema em 2025 demonstra a preocupação dos senadores em garantir que o Brasil esteja alinhado com as metas estabelecidas pela IMO.

Diante desse cenário, é evidente a necessidade de o Brasil avançar com um planejamento sólido e integrado, que envolva todos os setores e ministérios relevantes, visando uma transição bem-sucedida para um transporte marítimo mais sustentável e eficiente.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Sair da versão mobile