Debate acalorado marca confronto entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos
No primeiro debate do segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) se enfrentaram em um confronto intenso, transmitido pela TV Bandeirantes.
O tema do apagão na cidade após o temporal da última sexta-feira (11) foi destaque, com Boulos acusando Nunes de demora na poda de árvores e Nunes atribuindo a concessão de energia elétrica ao governo federal. As trocas de acusações aumentaram nos blocos seguintes, com Boulos lembrando investigações de corrupção envolvendo creches na gestão atual e Nunes enfatizando posições controversas do adversário relacionadas a drogas e polícia militar.
Apagão em debate
No primeiro bloco, a discussão sobre o apagão tomou conta, com Boulos criticando a gestão municipal e mencionando a responsabilidade do prefeito na manutenção das árvores. Nunes rebatendo, destacando a atribuição federal na área de concessões de energia elétrica.
“A cidade está refém dessas duas incompetências, da Enel e do prefeito”
“É inaceitável o que essa empresa Enel tem feito com a cidade de São Paulo, é inaceitável que o governo federal, que detém concessão, regulação e fiscalização, não tenha feito nada, desde novembro do ano passado”
A discussão foi acalorada, com Boulos acusando Nunes de se esquivar da responsabilidade, enquanto Nunes questionava a relevância de falar sobre ex-presidentes diante dos problemas enfrentados pela população afetada pelo apagão.
Posicionamentos políticos em destaque
No segundo bloco, as críticas se voltaram para os posicionamentos políticos de ambos os candidatos. Nunes resgatou antigas declarações de Boulos, questionando sua experiência em áreas como segurança e drogas, enquanto Boulos mencionou o aumento da população de rua durante a gestão atual.
“Pra quem defende a desmilitarização, que é acabar com a Polícia Militar, não tem condição de falar sobre segurança. Pra quem defende liberação de drogas, que é o caso do Guilherme Boulos, não tem condição de falar desse tema.”
“O maior legado que ele vai deixar é ter dobrado a população de rua da cidade de São Paulo”
O embate continuou com acusações mútuas de arrogância e despreparo, refletindo a polarização presente na corrida eleitoral.
Abraço entre adversários e outras polêmicas
Ainda houve momentos de tensão no debate, como quando Boulos desafiou Nunes a abrir suas contas bancárias publicamente e questionou o envolvimento do prefeito em investigações sobre a “máfia das creches”. Nunes rebateu atacando as gestões do PSOL em outros municípios e provocando Boulos sobre possíveis escândalos envolvendo o MDB.
“Você topa abrir o sigilo bancário da sua conta no Santander? Se topar, a gente já chama o advogado no fim do debate eu abro o meu, você abre o seu amanhã?”
“Você quer falar de partido? Posso falar de um monte de coisa do MDB. Só não vou falar porque o Baleia Rossi [presidente do partido] está ali e vai ficar bravo. Mas é de estarrecer o que tem de coisa do seu partido no Brasil inteiro”
O debate encerrou com um momento inusitado de abraço entre os adversários, refletindo a tensão e a rivalidade presentes na disputa pela prefeitura de São Paulo.