Candidato Pablo Marçal é acusado de calote de até R$ 200 mil por serviços prestados durante campanha eleitoral.

Grupo de policiais cobra pagamento de campanha de Pablo Marçal

Um grupo de aproximadamente 20 policiais está reivindicando da campanha de Pablo Marçal (PRTB) o pagamento por serviços prestados como seguranças e motoristas, totalizando uma dívida estimada entre R$ 150 mil e R$ 200 mil.

Os policiais estão considerando entrar com uma ação na Justiça do Trabalho contra o influenciador, mesmo sabendo que a realização de bicos fora do horário de trabalho não é autorizada pela corporação, apesar de ser uma prática comum.

Além disso, outras duas empresas também afirmam terem sido vítimas de calote por parte da campanha de Marçal.

De acordo com integrantes do grupo, desde a derrota de Marçal na eleição para a Prefeitura de São Paulo no primeiro turno, há uma disputa sobre a responsabilidade do pagamento entre o PRTB e os integrantes da campanha.

Os policiais que prestavam serviço para Marçal durante a campanha afirmam que receberam pagamentos através de Pix feitos pelo próprio influenciador. No entanto, na prestação de contas enviada à Justiça Eleitoral, Marçal não declarou ter investido recursos próprios na campanha.

Posteriormente, os pagamentos passaram a ser feitos pela empresa Hipersapiens – Treinamentos e Soluções em Saúde, também via Pix. A campanha de Marçal declarou ter transferido para essa empresa R$ 347,7 mil. A empresa, no sistema da Justiça Eleitoral, é listada como Hipersapiens – Segurança, Treinamentos e Facilities.

O não pagamento dos serviços de segurança prestados em setembro, que deveriam ter sido remunerados no início de outubro, gerou insatisfação entre os policiais envolvidos.

Procurada pela Folha, a assessoria de Marçal afirmou que os seguranças que prestaram serviço diretamente ao influenciador estão com seus pagamentos em dia. No entanto, a responsabilidade sobre a equipe de segurança que atendia a vice-prefeita e outras pessoas do partido é atribuída ao PRTB.

Os policiais afirmam que não houve contrato formal, apenas um acordo verbal, e reclamam de valores em atraso referentes a diárias e reembolsos de despesas. Eles alegam que foram recrutados por um policial que já prestava serviços de segurança para Marçal, mas agora estão enfrentando dificuldades para receber o pagamento combinado.

Além dos policiais, outras empresas também acusam Marçal de não pagar pelos serviços prestados. Uma delas, a Vivere Press Comunicação 360, já entrou com uma ação na Justiça estadual cobrando o pagamento acordado. A Qualimedia também afirma não ter recebido pelos serviços prestados ao influenciador.

Marçal, que já foi alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeitas de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e apropriação indébita durante as eleições de 2022, nega as acusações e ressalta que a campanha não foi financiada com dinheiro público, mas sim com doações e recursos próprios.

A situação envolvendo o pagamento dos policiais e das empresas que prestaram serviço para a campanha de Pablo Marçal continua gerando polêmica e expectativa quanto a futuras decisões judiciais.

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