Justiça do Rio autoriza quebra de sigilo em caso de HIV em transplantes na rede de saúde estadual, investigando laboratório e funcionários.

A Justiça do Rio de Janeiro tomou uma decisão importante neste domingo (13), autorizando a quebra do sigilo de dados eletrônicos e mensagens dos envolvidos em um caso alarmante de infecção por HIV em pacientes submetidos a transplantes na rede de saúde estadual. A investigação está focada nos sócios e funcionários do laboratório PCS Lab Saleme, localizado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde sete pessoas estão sendo investigadas.

O caso veio à tona após o laboratório emitir laudos falsos, afirmando que dois doadores de órgãos não estavam infectados com o vírus HIV, quando na verdade estavam. Como consequência, seis pacientes que receberam os órgãos infectados também foram contaminados. Diante disso, a juíza Flavia Fernandes de Melo autorizou o acesso aos dados de aparelhos eletrônicos apreendidos, como mensagens, e-mails, conversas em aplicativos de bate-papo, entre outros, a fim de aprofundar a investigação.

A magistrada também determinou mandados de busca e apreensão nos endereços dos sócios-proprietários do laboratório e nas residências dos funcionários envolvidos no caso. A Polícia Civil realizou as diligências, cumprindo mandados de busca e apreensão e até mesmo de prisão de alguns envolvidos. O delegado responsável pelas investigações revelou que houve negligência na checagem da validade dos reagentes utilizados nos exames, levantando suspeitas sobre a busca por redução de custos e aumento de lucro por parte do laboratório.

Diante das revelações, o Ministério da Saúde determinou uma auditoria urgente no sistema de transplantes do Rio de Janeiro, visando apurar eventuais irregularidades na contratação do laboratório responsável pelos exames. A suspensão dos serviços prestados pelo PCS e a interdição cautelar do laboratório foram medidas adotadas para garantir a segurança e a integridade dos pacientes submetidos a transplantes na região.

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