Governo planeja cortes de gastos obrigatórios em medidas pós-eleições para conter despesas, revelam fontes da Fazenda.

O governo se prepara para medidas de contenção de gastos obrigatórios após as eleições

De acordo com fontes do Ministério da Fazenda, o governo está se preparando para apresentar medidas de contenção de gastos obrigatórios após o segundo turno das eleições, que acontecerá no dia 27 de outubro. Essas medidas são consideradas mais prioritárias do que o aumento da isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até R$ 5.000, uma promessa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após o início do controle de desembolsos através de revisões administrativas de cadastros e combate a fraudes, o governo agora planeja adotar novas medidas que exigem a aprovação do Congresso. Um primeiro pacote abordará gastos específicos, seguido por propostas mais estruturais e rigorosas, segundo uma das fontes do Ministério da Fazenda.

Enquanto a isenção do Imposto de Renda tem sido um tema em destaque, com a discussão de possíveis alternativas de compensação, como a taxação de milionários, a equipe econômica vê com mais urgência a necessidade de controlar as despesas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou dúvidas quanto ao envio da proposta de reforma do IR ao Congresso ainda este ano, destacando que os estudos sobre o assunto estão em estágios iniciais.

Outra fonte do Ministério da Fazenda mencionou que a contenção de gastos obrigatórios será fundamental para sustentar o arcabouço fiscal e garantir espaço para despesas discricionárias, como investimentos. Com as despesas obrigatórias aumentando rapidamente, elas acabam limitando outras despesas dentro do teto imposto pelo governo.

A estabilização da dívida pública bruta abaixo de 80% do PIB é um dos objetivos do governo, mas com projeções indicando que o indicador pode ultrapassar essa marca, medidas rigorosas de controle de despesas serão necessárias. Com investidores e economistas céticos em relação à capacidade do governo de cumprir as promessas orçamentárias, a pressão sobre a popularidade do presidente Lula aumenta.

Além disso, programas como o BPC, abono salarial, seguro desemprego e auxílios previdenciários também estão sob análise da equipe econômica como possíveis alvos de ajustes. Apesar das pressões para adotar medidas do lado das despesas, propostas estruturais ainda não foram apresentadas, devido à sensibilidade política envolvida.

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