Elon Musk e a promessa dos robotáxis autônomos

Elon Musk, o bilionário por trás da Tesla, tem construído grande parte de sua riqueza em torno de uma promessa: a de que os carros elétricos da sua empresa se tornarão totalmente autônomos, capazes de se autodirigir, dando origem aos chamados “robotáxis”.

Essa visão ambiciosa implica na substituição dos táxis tradicionais e aplicativos como o Uber, com cada pessoa podendo adquirir seu próprio robotáxi e gerar receita enquanto ele faz corridas pela cidade, com um percentual indo para a Tesla.

Atualmente, o valor de mercado da Tesla é cerca de 8,8 vezes a sua receita anual, muito acima de outros fabricantes de veículos. No entanto, a credibilidade da promessa de Musk está sendo questionada, já que as previsões anteriores não se concretizaram.

Na semana passada, Musk convocou a imprensa para anunciar o protótipo do robotáxi, um carro de dois lugares sem volante ou pedais. Após o evento, as ações da Tesla despencaram 10%, enquanto as da Uber subiram 9,6%, sugerindo uma desconfiança em relação à viabilidade do projeto.

Alcançar a autonomia completa de veículos é uma tarefa complexa, com a Tesla apostando apenas em câmeras, ao contrário do uso de sensores a laser (Lidar) pela Waymo. Isso levanta dúvidas sobre a eficácia da abordagem da Tesla e a possibilidade real de atingir o nível 5 de autonomia.

Com tantas incertezas, a promessa de Musk sobre os robotáxis autônomos permanece em cheque, colocando em questão não apenas a visão do empresário, mas também a sustentabilidade da Tesla a longo prazo.