Mudanças climáticas: estudos indicam que crianças são as mais afetadas por eventos extremos e poluição do ar

Impacto das Mudanças Climáticas nas Crianças: Uma Análise Profunda

Estudos recentes realizados por renomados órgãos internacionais, como a OMS, Unicef, IPCC e AAP, apontam que todas as consequências das mudanças climáticas são ainda mais devastadoras para as crianças. A fisiologia única dos mais jovens torna-os mais vulneráveis a eventos extremos, como ondas de calor e enchentes, gerando um impacto direto em sua saúde e bem-estar.

De acordo com a OMS, 88% das doenças agravadas pela crise climática atingirão crianças com menos de 5 anos. Durante ondas de calor, essas crianças têm dificuldade em regular sua temperatura corporal, enquanto as enchentes as deixam dependentes de adultos para proteção, muitas vezes resultando em situações de vulnerabilidade.

O especialista Danilo Moura, do Unicef no Brasil, ressalta que a mudança climática não apenas prejudica a saúde física das crianças, mas também viola seus direitos fundamentais. A falta de garantia desses direitos, aliada à menor proteção e prevenção para sua saúde, torna as crianças ainda mais suscetíveis aos efeitos nocivos do clima em transformação.

A Associação Americana de Pediatria alertou recentemente sobre o aumento das hospitalizações de crianças devido ao aumento da temperatura, relacionado a doenças como dengue e chikungunya. Além disso, a poluição do ar afeta as crianças de forma mais intensa do que os adultos, uma vez que elas inalam mais ar por quilo de peso corporal e absorvem mais poluentes enquanto seus pulmões estão em desenvolvimento.

Direitos das Crianças Prejudicados pelas Mudanças Climáticas

O aumento da temperatura e as mudanças nos padrões de chuva impactam diretamente a agricultura familiar, que é responsável por fornecer alimentos para a maioria das crianças brasileiras mais pobres. Estudos da Embrapa demonstram a vulnerabilidade desse sistema diante da mudança climática, especialmente nas regiões mais áridas do país.

Uma pesquisa do Unicef revelou que 2,1 milhões de crianças e jovens no Brasil não têm acesso à água, o que as coloca em uma situação de extrema vulnerabilidade. A falta de água afeta diretamente a saúde e o bem-estar das crianças, que necessitam desse recurso essencial para sua sobrevivência e desenvolvimento.

Em suma, as mudanças climáticas não só representam uma ameaça à saúde física das crianças, mas também comprometem seu futuro, restringindo suas oportunidades de crescimento, desenvolvimento e qualidade de vida. É urgente adotar medidas de prevenção e combate aos impactos climáticos, visando proteger as gerações futuras.

O projeto Excluídos do Clima é uma parceria com a Fundação Ford.

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