Porte de arma de fogo sob efeito de álcool poderá resultar em até oito anos de prisão, propõe projeto de lei no Senado.

Projeto de lei para punir porte de arma sob influência de álcool ou substância psicoativa

O porte de arma de fogo sob influência do álcool ou outra substância psicoativa pode ser punido com até oito anos de prisão, conforme projeto de lei que começa a tramitar na Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), em seu projeto de lei (PL) 706/2024, modifica o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 2003) para definir a conduta como crime inafiançável e estabelecer penas mais elevadas quando o porte não for autorizado e quando a arma for de uso restrito.

Segundo a senadora, a medida visa a aprimorar as punições previstas atualmente no Estatuto do Desarmamento, que já prevê a perda automática da autorização de porte de arma de fogo quando o portador for detido em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas. Contudo, Thronicke considera que essa punição não é suficiente para coibir a gravidade dessa conduta, principalmente quando envolve armas de uso restrito.

No projeto de lei apresentado por Soraya Thronicke, o portador autorizado de arma de fogo, sob influência de substância psicoativa, estará sujeito a reclusão de 3 a 5 anos e multa, com a suspensão ou proibição da autorização para o porte de arma de fogo. Caso o porte não tenha sido autorizado, a pena de reclusão aumenta para 4 a 6 anos. Já para armas de uso restrito, a reclusão pode variar de 4 a 7 anos, se o porte for autorizado, e de 5 a 8 anos, se não autorizado.

A senadora também menciona o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a inafiançabilidade de crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, que ela espera sanar com seu projeto de lei.

“Entendemos que o agente que porta arma de fogo sob a influência de álcool ou substância psicoativa pratica um crime de gravidade acentuada, uma vez que não apresenta a capacidade técnica e aptidão psicológica necessárias para o manuseio responsável de uma arma de fogo”, afirmou Soraya Thronicke na justificação do PL 706/2024.

O projeto aguarda a designação de um relator na CSP do Senado. Após essa etapa, o texto será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, se aprovado, seguirá para apreciação na Câmara dos Deputados.

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