Irmã Rosita Milesi, gaúcha de 79 anos, vence prêmio global da Acnur

A gaúcha de 79 anos, Irmã Rosita Milesi, natural de Farroupilha e filha de agricultores, foi a vencedora do prêmio global da Acnur, agência da ONU para refugiados, deste ano. O prêmio Nansen, criado em 1954 e já concedido a figuras como Angela Merkel, ex-primeira-ministra alemã, agora tem mais um brasileiro em sua lista de laureados.

Irmã Rosita competiu com outros 450 indicados ao redor do mundo e foi reconhecida por sua atuação na defesa e cuidado de refugiados e imigrantes ao longo de 40 anos em Brasília. Membro da congregação das irmãs Scalabrinianas desde 1964, ela fundou o Instituto Migrações Direitos Humanos na capital brasileira.

Formada em direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Irmã Rosita é uma ativista incansável pelos direitos humanos e pelo acolhimento de refugiados de diversas nacionalidades. Seu instituto tem apoiado imigrantes sírios, venezuelanos, afegãos, cubanos, haitianos, angolanos e indígenas warao da Venezuela.

Atualmente, o Brasil abriga 143 mil pessoas reconhecidas como refugiadas, mas quase 76 mil ainda aguardam a análise de seus pedidos. Irmã Rosita destaca a importância da integração dessas pessoas na sociedade brasileira, principalmente no que se refere à obtenção de emprego e sustento familiar.

O trabalho da religiosa tem sido fundamental na gestão da Casa Bom Samaritano, que recebe famílias de venezuelanos vindas da fronteira com o Brasil. Elas são acolhidas, oferecidos cursos e capacitações, além de auxílio na busca por emprego.

No discurso de agradecimento pelo prêmio Nansen, Irmã Rosita ressaltou que o reconhecimento deve se estender aos imigrantes e refugiados que cruzaram seu caminho ao longo das décadas. Ela destaca a importância de ouvir e ter paciência com essas pessoas, aprendendo com suas histórias e lutas.

Com mais de 40 anos dedicados à causa dos refugiados e imigrantes, Irmã Rosita Milesi é um exemplo de determinação e empatia, representando o melhor do espírito humano em prol da solidariedade e do acolhimento daqueles que mais precisam.