Falta de Combustível Sustentável adia Demonstração da Lei do Combustível do Futuro no Brasil

O desafio do Combustível do Futuro

No dia 8 de junho, estava prevista a sanção da lei do Combustível do Futuro pelo presidente Lula (PT) na Base Aérea de Brasília. O evento contaria com a chegada de um avião da Azul, movido a combustível sustentável de aviação (SAF), para demonstrar a aplicação prática da nova legislação. No entanto, a falta de SAF para abastecer a aeronave evidenciou a distância entre expectativa e realidade nesse cenário.

De acordo com especialistas, é necessário promover investimentos para balancear a oferta e a demanda desse produto, tornando os preços mais competitivos. A Azul buscou o SAF no mercado internacional, mas enfrentou dificuldades em obter o combustível, pois as empresas produtoras têm contratos de longo prazo que limitam a flexibilidade de fornecimento.

A iniciativa da Ubrabio, que visava realizar um voo doméstico com o avião da Azul abastecido exclusivamente com SAF, seria um marco para o Brasil, que ainda não produz esse tipo de combustível. O país, embora promissor nesse campo, precisa incentivar investimentos na área de combustíveis renováveis.

Segundo dados da Iata, no mundo existem 38 fabricantes de SAF, sendo a maioria localizada no hemisfério Norte. O Brasil, com seu potencial em bioenergia e eletricidade renovável, tem condições naturais propícias para a produção desse combustível e pode desempenhar um papel importante nesse mercado emergente.

O programa global de redução de emissões de gases de efeito estufa na aviação, promovido pela OACI, estabelece metas para a adoção de SAF, visando substituir gradativamente o querosene de aviação tradicional. No Brasil, a Lei do Combustível do Futuro segue premissas semelhantes para o mercado doméstico.

A produção de SAF ainda se encontra em estágio inicial, mas apresenta um grande potencial de descarbonização. O desafio reside em garantir que o combustível seja sustentável e que atenda às normas globais de certificação.

Em uma entrevista à Folha, Jennifer Granholm, secretária do Departamento de Energia dos Estados Unidos, ressaltou a necessidade de aumento na produção de SAF para atender a demanda crescente por tecnologias limpas em diversos setores.

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