Empresário confessa manipulação de jogos e revela esquema multimilionário no futebol brasileiro, envolvendo clubes, federações e apostas

Escândalo de manipulação de jogos de futebol no Brasil

Em um depoimento chocante à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, o empresário William Rogatto admitiu ter participado de um esquema de manipulação de jogos de futebol no Brasil, revelando lucros de aproximadamente R$ 300 milhões ao longo dos anos. Rogatto, que se declarou réu confesso, admitiu ter rebaixado 42 times de futebol e afirmou ter atuado em várias federações estaduais, no Distrito Federal e até em outros países como a Colômbia. Ele destacou que o esquema de manipulação de jogos movimenta quantias astronômicas, superadas apenas pela política e o tráfico de drogas em termos de valores.

Rogatto depôs por videoconferência à CPI e se colocou à disposição dos senadores para fornecer detalhes sobre o complexo sistema de manipulação, incluindo fotos, vídeos, negociações e conversas relacionadas aos jogos alterados. O empresário é investigado na Operação Fim de Jogo, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, e na Operação Jogada Ensaiada, da Polícia Federal.

“Gatilho”

Em resposta ao senador Romário, Rogatto afirmou que o patrocínio de casas de aposta a clubes de futebol é um gatilho para a manipulação dos jogos. Ele mencionou que muitos presidentes de clubes estavam cientes e até compactuavam com o esquema.

Rogatto revelou ter operado em diversos países e ter lucrado cerca de R$ 300 milhões com o esquema de manipulação. Ele admitiu ter rebaixado diversos clubes e revelou detalhes sobre a participação de árbitros nos jogos alterados.

“Hipocrisia”

Ao senador Jorge Kajuru, Rogatto afirmou que o sistema de manipulação envolve diversos setores, incluindo políticos, vereadores e prefeitos. Ele destacou que a corrupção está enraizada no sistema e que muitas pessoas se beneficiavam do esquema ilegal.

Rogatto também admitiu ter enganado a presidente da Sociedade Esportiva de Santa Maria em um episódio que resultou no rebaixamento do time. A presidente, Dayana Nunes, emocionada, detalhou como foi ludibriada pelo empresário e como o clube sofreu com as consequências.

Árbitros

Rogatto também mencionou a participação de árbitros no esquema de manipulação, destacando que os profissionais eram subornados para favorecer os resultados desejados. Ele ressaltou que o sistema de manipulação permeava todos os níveis do futebol, desde árbitros locais até os envolvidos com a FIFA.

A revelação de Rogatto na CPI chocou os senadores, que cogitaram a possibilidade de uma delação premiada. No entanto, o empresário apontou as ameaças que vinha recebendo como obstáculo para cooperar com as autoridades.

O escândalo de manipulação de jogos de futebol no Brasil expõe a fragilidade e a corrupção no sistema esportivo do país, levantando questões sobre a integridade das competições e a necessidade de medidas mais rigorosas para evitar práticas ilegais.

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