Departamento de Justiça dos EUA reabre caso do massacre de Tulsa, que deixou cerca de 300 mortos, a maioria negros, em 1921.

Departamento de Justiça dos EUA reabre caso do massacre de Tulsa

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos decidiu reabrir o caso conhecido como massacre de Tulsa, no qual agressores brancos mataram cerca de 300 pessoas, a maioria delas negras, disse na segunda (7) a procuradora-geral adjunta Kristen Clarke. Os crimes ocorreram no estado de Oklahoma, em 1921.

O massacre começou em 31 de maio daquele ano no então próspero bairro de Greenwood, em Tulsa, depois que um homem negro foi acusado de ter agredido uma mulher branca. À época, a região havia recebido o apelido de “Wall Street Negra”.

Segundo Clarke, o departamento pretende “finalizar os procedimentos de revisão e avaliação” do caso até o final deste ano. “Quando concluirmos nossa revisão federal, emitiremos um relatório analisando o massacre à luz das leis de direitos civis modernas e da época”, disse ela, que supervisiona os esforços de aplicação dos direitos civis no Departamento de Justiça.

A revisão será conduzida a partir da Lei de Crimes de Direitos Civis Não Resolvidos Emmett Till, que permite ao Departamento de Justiça investigar crimes de direitos civis que resultaram em morte e ocorreram no dia 31 de dezembro de 1979 ou antes disso.

Emmet Till foi um adolescente negro brutalmente assassinado em 1955, cuja morte chamou atenção para a violência racial no país e galvanizou o movimento de direitos civis. Seu caso também foi reaberto pelo governo americano mais de uma vez.

“Não temos expectativa de que existam perpetradores vivos que possam ser processados criminalmente por nós ou pelo Estado”, disse Clarke. “Embora uma comissão, historiadores, advogados e outros já tenham examinado o massacre de Tulsa, nós, do Departamento de Justiça, nunca o fizemos.”

Clarke afirmou ainda que o departamento está examinando documentos disponíveis, relatos de testemunhas, pesquisas acadêmicas e históricas e outras informações relacionadas ao massacre.

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