Laudo Falso Associado a Guilherme Boulos: Influenciador é Acionado Judicialmente
No último dia 4, o influenciador Pablo Marçal, do partido PRTB, gerou polêmica ao publicar um laudo falso na tentativa de associar o também candidato Guilherme Boulos, do PSOL, ao uso de drogas. As evidências levantadas logo após a divulgação do documento indicaram que se tratava de uma falsificação elaborada.
Boulos não ficou inerte diante da situação e tomou medidas legais, requerendo à Justiça a prisão do influenciador por falsificação de documento.
O laudo supostamente atribuído à clínica Mais Consultas afirmava que Boulos teria passado por um atendimento em janeiro de 2021, na unidade do Jabaquara, em São Paulo, devido a um surto psicótico. Além disso, o documento fraudado mencionava a presença de cocaína no sangue do deputado.
No dia seguinte, o juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, reconheceu a falsidade do laudo e concedeu uma liminar determinando a imediata remoção dos vídeos publicados por Marçal nas redes sociais, onde fazia referência ao documento alterado.
O juiz destacou a plausibilidade das alegações apresentadas, enfatizando a falsificação do documento, a relação próxima entre o dono da clínica e o influenciador, a assinatura médica de um profissional falecido e a coincidência da divulgação dos fatos próximo ao período eleitoral.
Pablo Marçal vinha anunciando ao longo da campanha eleitoral a exposição de um suposto processo judicial e internação de Boulos por uso de cocaína. Contudo, como revelado pela imprensa, o influenciador baseava-se no processo de um homônimo para sustentar suas acusações.
Entre as evidências que desmascaram a falsificação do documento, destacam-se:
- O RG de Boulos no laudo falso apresentava um número incorreto;
- O médico que assinava o prontuário já faleceu e não possuía especialidade cadastrada no Conselho Federal de Medicina;
- O sócio da clínica era condenado por falsificar documentos relacionados à área da saúde;
- Boulos estava publicamente envolvido em eventos no dia indicado no documento fraudado;
- Testemunhas confirmaram a presença do deputado em outras atividades no suposto dia da internação mencionada;
- A logo e o nome da clínica no documento divergiam das informações reais;
- Ex-funcionária do médico responsável pelo laudo falso não reconheceu a assinatura presente no documento.
Diante de todas essas provas, a veracidade do laudo falso associado a Guilherme Boulos foi amplamente contestada, culminando na concessão da liminar judicial para a remoção das publicações difamatórias de Pablo Marçal.