Bicicletas ganham espaço na política de São Paulo: candidatos mostram compromisso com mobilidade sustentável e redução de emissões de CO2.

No cenário político de São Paulo, a bicicleta já foi alvo de desqualificação e até proibição de circulação nas proximidades da Prefeitura em 1988. O decreto expedido por Jânio Quadros, primeiro prefeito da era democrática, alegava que o transporte representava uma “séria ameaça” para a população. No entanto, ao longo dos anos, a percepção sobre o uso da bike mudou, impulsionada pelo aumento do trânsito e pelo alerta sobre as mudanças climáticas.

Apesar dos avanços, a mentalidade “carrocrata” ainda prevalece na política. Muitos candidatos resistem em propor a construção de ciclovias e priorizar o transporte sustentável em detrimento do modelo motorizado. No recente debate televisivo, a ênfase foi em vias expressas e pontes, relegando a ciclovia a um papel secundário na discussão da mobilidade urbana.

O legado deixado pela gestão de Fernando Haddad, marcado pela construção recorde de 400 km de ciclovias, reflete a resistência enfrentada por políticos que apostam na sustentabilidade. Apoplético antipetismo da época obscureceu as conquistas da administração, que hoje se alinham às diretrizes de desenvolvimento sustentável da ONU.

Apesar dos receios eleitorais, um movimento suprapartidário em prol da mobilidade sustentável ganhou força, com candidatos a prefeito e vereador se comprometendo com práticas e políticas que incentivem o uso da bicicleta e outros meios de transporte não poluentes. Guilherme Boulos, Tábata Amaral, Luna Zarattini e Renata Falzoni são alguns dos nomes que aderiram à carta-compromisso pela sustentabilidade urbana.

Na atual campanha eleitoral, a presença das bicicletas se destaca como símbolo de um novo olhar sobre a mobilidade nas cidades. Candidatos que optaram por pedalar em suas atividades de campanha, como Boulos, Amaral, Zarattini e Falzoni, demonstram um compromisso real com a causa sustentável.

Além dos políticos, a população também se mostra engajada na promoção da mobilidade sustentável, como evidenciado pelos dados de Renata Falzoni, que destacam a redução das emissões de CO2 por meio do uso da bicicleta.

Em suma, a relação entre política e bicicletas se mostra cada vez mais crucial para o futuro das cidades, com a necessidade de uma abordagem mais sustentável e inclusiva no planejamento urbano. A lista de candidatos comprometidos com a mobilidade sustentável em São Paulo reflete um movimento em direção a uma cidade mais limpa, eficiente e amigável para todos os seus habitantes.