Selic acima de dois dígitos há mais de três anos: como investir em um cenário de juros altos até 2025

No decorrer dos últimos 16 anos, os investidores se depararam com um cenário de oscilação da taxa Selic, subindo rapidamente para depois cair, criando uma expectativa de que períodos de taxas de juros elevadas seriam breves. Essa dinâmica incentivou a busca por ativos de maior risco, apostando na perspectiva de uma queda rápida nos juros para maximizar os retornos. Entretanto, pela primeira vez desde 2008, a taxa Selic está mantida em patamares acima de dois dígitos por mais de três anos seguidos, com a estimativa de que permanecerá nesse nível até 2025, contrariando as previsões de queda rápida.

A situação atual evidencia um novo paradigma para os investidores, especialmente os mais jovens. Até 2025, completaremos o quarto ano consecutivo com a Selic acima de 11%. Isso significa que praticamente todos os investidores com menos de 35 anos jamais testemunharam a taxa Selic nesses patamares por um tempo tão prolongado.

Diante desse contexto, surgem questionamentos sobre se o mercado está superestimando o impacto das altas taxas de juros e se esta poderia ser uma oportunidade. Embora seja comum haver incertezas nessas situações, a realidade aponta para uma permanência prolongada da Selic em níveis elevados.

As projeções atuais sugerem que a taxa deverá subir 0,5% nas próximas três reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), seguido por um acréscimo de 0,25% nas duas reuniões seguintes, elevando a Selic para 12,75% ao ano até meados de 2025. Além disso, as curvas de juros negociadas no mercado indicam que a Selic tende a se manter nesse patamar até o final do referido ano.

Com uma média da Selic em 2025 acima de 12% ao ano, os investidores precisam ajustar suas estratégias. Em cenários de juros elevados, ativos de risco tendem a ter um desempenho menos favorável, devido ao aumento dos custos de financiamento e ao aumento da aversão ao risco. Portanto, é fundamental investir com cautela, privilegiando ativos que ofereçam um equilíbrio entre risco e retorno.

Por outro lado, a elevação dos juros abre uma janela de oportunidade para quem busca segurança e retornos consistentes. Com taxas tão elevadas, os ativos de menor risco, como a renda fixa atrelada ao CDI, se tornam atraentes. Ademais, é recomendável explorar oportunidades na renda fixa prefixada, fixando taxas mais altas por um período prolongado para maximizar os retornos no cenário atual.

Desta forma, em vez de buscar ganhos imediatos em investimentos de maior risco, o momento atual demanda uma abordagem de proteção do portfólio e aproveitamento das oportunidades proporcionadas pelos juros altos.

Michael Viriato, assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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