Aiatolá iraniano incita muçulmanos contra Israel em discurso desafiador; tensão no Oriente Médio aumenta com retórica belicosa

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, apresentou uma retórica desafiadora em seu primeiro sermão público em cinco anos nesta sexta-feira (4). Durante o discurso realizado na mesquita Grande Mosalla em Teerã, Khamenei defendeu tanto o ataque terrorista do Hamas contra Israel quanto o lançamento de mísseis de Teerã contra o Estado judeu na última terça-feira (1º).

Em um momento crucial de seus 35 anos de governo, Khamenei instou muçulmanos do mundo todo a lutar contra os israelenses na guerra que se espalha pelo Oriente Médio.

A ação militar que teve como desencadeador o ataque com quase 200 mísseis balísticos não causou danos substanciais, segundo a versão oficial israelense. No entanto, o líder supremo afirmou que a operação das forças armadas iranianas foi totalmente legítima e legal, em linha com as declarações do presidente do país, Masoud Pezeshkian.

Khamenei também fez a defesa mais aberta do ataque terrorista realizado pelo Hamas no ano passado, destacando que esse tipo de ação é considerada legítima pelo Irã. A escalada militar na região tem se intensificado desde então, com ataques do Hezbollah, outro aliado do Irã.

Em meio a toda essa tensão, a retórica de Khamenei tem colocado o Irã em uma situação delicada. Analistas apontam que a estratégia do país para evitar um conflito direto com Israel foi abalada pelas recentes ações militares na região. O risco de uma guerra de consequências graves preocupa observadores internacionais.

Além disso, a incerteza em relação à sucessão de Khamenei, com 85 anos e saúde fragilizada, contribui para a instabilidade no cenário político iraniano. O momento é propício para que grupos mais radicais no governo defendam medidas ainda mais extremas.

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