Febraban estuda força-tarefa para avaliar impacto das apostas virtuais na renda das famílias em reunião com ministro da Fazenda

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está em fase de estudo para propor ao governo a criação de uma força-tarefa que irá se dedicar a avaliar de forma minuciosa o impacto das apostas virtuais na renda das famílias brasileiras. O objetivo é reunir representantes do governo, do setor produtivo e das instituições financeiras para realizar uma análise abrangente e aprofundada sobre esse tema polêmico.

O presidente da Febraban, Isaac Sidney, destacou a importância de se obter um diagnóstico preciso sobre o impacto das apostas virtuais no Brasil. Ele defende a formação de uma força-tarefa multigovernamental e multissetorial, que inclua não apenas o Ministério da Fazenda, mas também outros órgãos governamentais envolvidos com a defesa do consumidor, a prevenção à lavagem de dinheiro e os programas sociais, como o Bolsa Família.

Em reunião realizada com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (2), não houve definição de medidas concretas. O foco do encontro foi discutir o impacto do endividamento causado pelas apostas eletrônicas e pelos jogos de azar online. Sidney ressaltou que a Febraban não tem o papel de propor políticas públicas, mas sim de colaborar para o debate e a conscientização sobre os potenciais prejuízos dessas práticas.

Uma das propostas levantadas pelo presidente da Febraban é a suspensão temporária do uso do Pix como forma de pagamento para as apostas virtuais, até que haja uma regulamentação definitiva do setor em janeiro. Ele argumenta que medidas emergenciais são necessárias para evitar o superendividamento das famílias e proteger sua saúde financeira e bem-estar.

Além disso, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) anunciou a antecipação da proibição do uso de cartão de crédito para pagar apostas virtuais. A medida, que inicialmente entraria em vigor em janeiro, passou a valer imediatamente e foi implementada pelas bandeiras de cartões. No entanto, a grande maioria dos pagamentos para as bets é feita por meio do Pix, com estimativas que variam de 85% a 99%, conforme dados do Banco Central e da Abecs.

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