Abecs antecipa proibição de cartão de crédito em apostas online a partir de 1º de janeiro: entenda os motivos e repercussões.

Decisão da Abecs proíbe uso de cartão de crédito em apostas online

A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) realizou uma reunião extraordinária na última terça-feira (1º) e decidiu antecipar a proibição do uso do cartão de crédito como meio de pagamento em apostas e jogos online. Representantes de gigantes do setor, como Visa, Mastercard, Elo e American Express, além de instituições bancárias e empresas de meios de pagamento estiveram presentes nessa decisão.

A medida, que já estava prevista para entrar em vigor a partir de 1º de janeiro de 2022, será agora aplicada de imediato. A regulação do setor, sob responsabilidade da Fazenda, continuará permitindo o uso de Pix, TED, boleto, cartões de débito e cartões pós-pagos para realizar apostas online.

Segundo dados setoriais, aproximadamente 90% das apostas são feitas utilizando o Pix, o que torna o uso do cartão de crédito nesse segmento irrelevante. A Abecs justificou a decisão com base na preocupação em evitar o superendividamento da população e no aumento das apostas online no Brasil.

Por outro lado, as principais entidades do setor de apostas online, ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias) e IBJR (Instituto Brasileiro de Jogo Responsável), já haviam anunciado a suspensão do recebimento via cartão de crédito. As empresas de pagamento que atuam nesse mercado também alegam que evitavam essa modalidade de pagamento devido aos altos índices de cancelamento por solicitação dos próprios apostadores, o que representava um risco para os prestadores de serviços.

Essa decisão de proibir o uso de cartões de crédito para as apostas é uma demanda tanto dos varejistas quanto do setor bancário, que temem um aumento da inadimplência e suas consequências negativas nesse tipo de transação. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em agosto revelou que 86% dos apostadores brasileiros possuem dívidas, sendo que 64% estão com o nome negativado.

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