Reino Unido se torna primeiro país do G7 a abrir mão do carvão para produção de energia, com fechamento da usina Ratcliffe-on-Soar.

Reino Unido se torna o primeiro país do G7 a abrir mão da energia a carvão

No dia 30 de agosto, a usina Ratcliffe-on-Soar encerrou suas atividades, marcando um momento histórico para o Reino Unido. O país se tornou o primeiro do G7 a renunciar à produção de energia a partir do carvão, encerrando mais de 140 anos de utilização deste combustível altamente poluente.

O Reino Unido, berço da Revolução Industrial, sempre teve uma forte ligação com o carvão para geração de eletricidade, o que contribuiu significativamente para o aumento das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, em 2015, o país anunciou planos para fechar usinas a carvão dentro de uma década, como parte de seu compromisso com metas climáticas mais ambiciosas. Atualmente, menos de 1% da eletricidade do Reino Unido provém do carvão, uma redução drástica em relação aos quase 30% de anos anteriores.

A chefe do secretariado da Aliança Powering Past Coal, Julia Skorupska, elogiou o esforço do Reino Unido, destacando que o país demonstrou que é possível eliminar a energia a carvão em um ritmo sem precedentes. Os cortes nesse tipo de energia ajudaram a reduzir as emissões de gases de efeito estufa no Reino Unido, que diminuíram mais da metade desde 1990.

Com a meta de atingir emissões líquidas zero até 2050, o Reino Unido agora planeja descarbonizar todo o setor de eletricidade até 2030, apostando em uma rápida transição para fontes de energia renovável, como eólica e solar. O ministro da energia, Michael Shanks, enfatizou a criação de novos empregos na área de energia como uma oportunidade que surge com o fim da era do carvão.

Desafios globais

O fechamento da usina Ratcliffe-on-Soar no Reino Unido ressalta a urgência para outros países do G7 e globalmente em reduzir a dependência do carvão. Os esforços para eliminar a energia a carvão foram debatidos recentemente e os países industrializados concordaram em eliminar essa fonte de energia na primeira metade da próxima década. No entanto, ainda há desafios, principalmente em economias fortemente dependentes do carvão, como Alemanha, Japão e Estados Unidos.

Enquanto o Reino Unido dá um passo importante rumo à sustentabilidade, a China e a Índia apresentaram aumento no consumo de carvão no ano passado, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Essa contradição mostra que ainda há muito trabalho pela frente para atingir as metas estabelecidas no Acordo de Paris e frear as mudanças climáticas.

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