Justiça condena responsável pela destruição do veículo no caso Marielle Franco

A Justiça do Rio de Janeiro proferiu uma sentença condenatória contra Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, pelo envolvimento na destruição do veículo utilizado no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes. Orelha foi sentenciado a cinco anos de prisão e já se encontra detido desde fevereiro, após evidências apresentadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

O advogado de defesa de Orelha, Felipe Souza, anunciou que irá recorrer da decisão, contestando a base da sentença na delação do ex-PM Élcio de Queiroz. O juiz Renan Ongaratto, responsável pelo caso, justificou a pena destacando que a destruição do veículo prejudicou as investigações e minou a confiança da população nas autoridades responsáveis pela aplicação da lei e pela manutenção da ordem pública.

Segundo o Grupo de Atuação Especializada contra o Crime Organizado (Gaeco), Orelha teve participação direta em impedir e dificultar as investigações ao eliminar o carro utilizado no crime em um desmanche no morro da Pedreira, na zona norte do Rio de Janeiro. A conexão do acusado com os executores do assassinato, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, já presos, foi confirmada durante o desenrolar do processo.

Outros desdobramentos do caso incluem a prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, acusados de encomendar a morte de Marielle Franco devido a divergências políticas com o PSOL. O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, também está sob suspeita de ter contribuído para o planejamento do crime, conforme denúncias da Procuradoria-Geral da República.

A complexidade e a gravidade desse caso continuam a repercutir, marcando um marco na história do Rio de Janeiro e levantando questionamentos sobre a segurança e a justiça no país. A condenação de Orelha é mais um capítulo nessa trama intricada que envolve poder, crime organizado e impunidade.