Aumento da Selic e conflitos no Oriente Médio freiam queda do Índice de Incerteza Econômica em setembro, aponta FGV

No mês de setembro, o Índice de Incerteza Econômica no Brasil manteve-se estável em relação ao mês anterior, interrompendo uma sequência de três meses de queda. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (30), o indicador atingiu 107,8 pontos, o mesmo patamar registrado em agosto.

Esse índice é uma medida que reflete a incerteza econômica do país, levando em consideração dois componentes principais: a mídia e as expectativas. O componente da mídia analisa as menções sobre incerteza em jornais e sites de notícias, enquanto o componente de expectativas considera as previsões de analistas econômicos em relação à taxa de câmbio, juros e inflação.

No mês de setembro, o fator da mídia apresentou uma leve queda de 0,1 ponto, enquanto o fator de expectativas subiu 0,1 ponto. Esses dados mostram um cenário de incerteza moderada na economia brasileira, de acordo com a economista da FGV, Anna Carolina Gouveia.

A análise dos dados revelou que houve uma queda no indicador na primeira metade do mês, impulsionada pelos resultados positivos da atividade econômica. No entanto, na segunda quinzena, o índice voltou a subir devido às discussões sobre a política monetária para os próximos meses e ao agravamento do conflito no Oriente Médio.

Em relação ao Oriente Médio, destacaram-se as ofensivas israelenses no Líbano, com o grupo político muçulmano Hezbollah como alvo. Esses eventos contribuíram para aumentar a incerteza no cenário econômico global, impactando também o Brasil.

Por fim, é importante ressaltar que o aumento da taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central pode influenciar a incerteza econômica no país nos próximos meses. A expectativa é que os debates em torno da taxa de juros e os conflitos internacionais continuem a ser fatores relevantes para a evolução do Índice de Incerteza Econômica nos próximos meses.

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