A técnica, denominada de Estação Disseminadora de Larvicida (EDL), consiste em atrair os mosquitos para um recipiente plástico com água, coberto com tecido preto umedecido e impregnado com um larvicida extremamente fino. Ao pousar no recipiente, o mosquito carrega o larvicida consigo, levando-o para seus possíveis criadouros. Dessa forma, a substância consegue alcançar as larvas do mosquito, impedindo a sua proliferação.
Ao longo de dois anos, aproximadamente 2.500 Estações Disseminadoras de Larvicida foram distribuídas em nove bairros de Belo Horizonte. Os resultados obtidos foram positivos, com uma redução de 29% na incidência de dengue nesses bairros e de 21% nos bairros vizinhos. Esse estudo foi publicado na renomada revista científica The Lancet Infectious Diseases.
De acordo com o pesquisador Sérgio Luz, da Fiocruz Amazônia, a pesquisa teve início em Manaus e foi levada para outras localidades devido aos bons resultados alcançados. Em Brasília, o estudo também obteve sucesso na redução das doenças transmitidas pelos mosquitos. A estratégia desenvolvida foi adotada pelo Ministério da Saúde em seu novo plano de ação, com o intuito de reduzir os impactos da dengue e de outras arboviroses no Brasil.
É importante ressaltar que essa estratégia é complementar e deve ser aliada a ações da comunidade, como a eliminação de criadouros de mosquitos em residências. Segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do MS, até setembro de 2024 foram registradas 5.428 mortes por dengue e mais de 6,5 milhões de casos prováveis da doença.
Com resultados animadores, a utilização das Estações Disseminadoras de Larvicida se tornou uma ferramenta importante no combate ao Aedes aegypti, sendo adotada como política pública no controle do mosquito transmissor da dengue. A implementação dessa estratégia é fundamental para proteger a população e reduzir o número de casos de arboviroses no país.
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