Tradição de São Cosme e Damião no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro se enche de alegria e doçura no dia de São Cosme e Damião. A celebração desses santos gêmeos, conhecidos por sua generosidade e devoção, transforma as ruas da cidade em um mar de cores e guloseimas. Apesar da origem religiosa da data, a festividade ultrapassa barreiras e se torna uma tradição popular, especialmente para as crianças cariocas.

Cosme e Damião, oriundos da Ásia Menor, eram médicos santificados pela Igreja Católica por sua caridade para com os mais necessitados. Perseguidos e martirizados sob o imperador Diocleciano, tornaram-se símbolos de bondade e cura. Além da influência católica, os santos também estão presentes nas religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, sincretizados como os orixás Ibeji.

A tradição de distribuir doces, que remonta ao período colonial e se consolidou no Brasil, ganha força no Rio de Janeiro. Nas Zonas Norte e Oeste, a festividade é marcada pela alegria das crianças que correm atrás dos saquinhos recheados de balas, pirulitos e pés-de-moleque. Maria do Carmo, moradora da Zona Norte, destaca a importância de manter viva a tradição familiar de distribuir doces.

A festa de São Cosme e Damião, apesar dos desafios impostos pela modernidade, continua a encantar crianças e adultos cariocas. A relação dos santos com as crianças, tanto na cultura religiosa quanto nas celebrações populares, é marcada por amor e proteção. A Igreja de São Cosme e Damião, no bairro do Andaraí, é um importante centro de devoção para os fiéis, que participam das festividades em homenagem aos santos protetores.

A tradição de São Cosme e Damião enfrenta desafios, como a influência da tecnologia e a insegurança nas ruas, mas continua resistindo. Enquanto houver crianças ansiosas por correr pelas ruas em busca dos doces, a festa dos santos gêmeos terá sempre um lugar especial no coração dos cariocas.