Diretor do Ibama alerta para aumento da caça ilegal de espécies ameaçadas na Amazônia devido à estiagem intensificada

Em entrevista à TV Brasil, o diretor de fiscalização ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Johnatan Santos, alertou para a intensificação da caça e pesca ilegais de espécies amazônicas ameaçadas de extinção, impulsionada pela estiagem causada pela mudança climática. Segundo Santos, a baixa da água facilita a visualização e captura rápida dos animais pelos criminosos, colocando em risco a sobrevivência dessas espécies.

Recentemente, o Ibama apreendeu um peixe-boi-da-amazônia abatido na orla do Rio Tefé, no Amazonas, juntamente com 422 kg de carne de pirarucu que estavam sendo comercializados sem a devida autorização. A ação predatória representa uma ameaça real de extinção desses animais e pode causar desequilíbrios no ecossistema aquático, conforme explicou Santos.

As denúncias dos crimes partiram de organizações não governamentais e do ICMBio, resultando em autuações no valor de R$ 12 mil. O Ibama tem intensificado a fiscalização nos rios, monitorando a qualidade da água e combatendo ações que prejudicam a fauna aquática, como o garimpo ilegal que afeta o curso dos rios.

Os infratores utilizam diferentes métodos na prática da caça e pesca ilegais, como redes de pesca malhadeira, arpões e até armas de fogo. Após a captura, a carne dos animais é levada para locais sem autorização sanitária para ser comercializada, agravando a situação.

Segundo Santos, a recuperação dos rios da região amazônica depende da volta das chuvas, essenciais para restabelecer o volume de água dos rios. A expectativa é que no final de outubro as chuvas cheguem e os rios possam retornar aos seus níveis normais. O Ibama continua realizando ações de fiscalização em pontos estratégicos para evitar a caça predatória e garantir a preservação da vida selvagem na região.