Aumento do Uso de Chips da Beleza Preocupa Especialistas e Sociedades Médicas

Especialistas alertam sobre o aumento do uso de implantes hormonais não aprovados pela Anvisa

No dia 20 de setembro, durante o 79º Congresso Brasileiro de Cardiologistas em Brasília, foi discutido um tema que tem preocupado especialistas da área da saúde. Trata-se do aumento alarmante do uso de implantes hormonais manipulados não aprovados pela Anvisa, popularmente conhecidos como “chips da beleza”.

Esses dispositivos prometem uma série de benefícios estéticos, como perda de peso, redução da celulite, virilidade, aumento da massa muscular, melhora da libido, ação antienvelhecimento e alívio dos sintomas da menopausa. No entanto, os riscos à saúde são consideráveis. Efeitos adversos, como infarto, derrame, embolia, arritmia, hipertensão e dislipidemia, podem ser desencadeados pelo uso desses implantes.

O presidente do Departamento de Endocrinologia do Exercício da Sbem, Clayton Macedo, alertou para os perigos associados ao uso desses produtos, como dano no fígado, hepatite medicamentosa e infertilidade. Diante dessa situação preocupante, 19 sociedades e entidades médicas se uniram para pedir à Anvisa a proibição da fabricação, importação, manipulação, comercialização e distribuição desses dispositivos.

Em duas reuniões com a Anvisa, os especialistas ressaltaram a importância de regulamentar a manipulação de medicamentos apenas pela via de administração aprovada, com base em dados científicos de eficácia e segurança a longo prazo. O órgão afirmou que o assunto é uma prioridade e que vem realizando reuniões com associações médicas sobre o tema.

Um dos dispositivos não aprovados mais utilizados é o chip da beleza, que é implantado subcutaneamente e pode causar uma série de complicações, como hipertensão, infarto, AVC, trombose e déficit cardíaco, especialmente em mulheres jovens em busca do corpo perfeito.

Por fim, foi idealizado o Programa Vigicom-Hormônios, uma plataforma que visa monitorar o uso inadequado de hormônios e suas consequências. Inicialmente, o acesso será restrito aos médicos, sendo posteriormente aberto ao público em geral.

Saúde em risco

O aumento do uso indiscriminado desses dispositivos preocupa os profissionais de saúde, uma vez que são comercializados sem informações precisas sobre os componentes, doses e sem controle efetivo. Alexandra de Mesquita, diretora do Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia, alerta para os malefícios à saúde feminina, que podem incluir desde queda de cabelo até infertilidade.

Os chips da beleza são produzidos em farmácias de manipulação e contêm uma mistura de hormônios, substâncias e medicamentos, sem um embasamento científico adequado. A falta de controle na implantação desses dispositivos e a ausência de informações claras sobre os riscos representam um grave problema de saúde pública.

Diante desse cenário, os especialistas enfatizam a necessidade de proibir a fabricação e comercialização desses dispositivos não aprovados, visando a proteção da saúde da população. A regulamentação efetiva desses produtos é fundamental para evitar complicações graves e preservar o bem-estar dos indivíduos.

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