Atirador de cinema no Morumbi Shopping é liberado após 25 anos internado por medida de segurança neurológica.

Crime no cinema: Atirador é solto após medida de segurança

No dia 3 de novembro de 1999, o Morumbi Shopping, em São Paulo, foi palco de um terrível crime. Um homem armado com uma submetralhadora matou três pessoas e feriu outras quatro durante uma sessão de cinema. Esse criminoso, identificado como Mateus da Costa Meira, ficou internado por 25 anos por uma medida de segurança e foi liberado recentemente pela Justiça.

Thiago Bottino, professor da FGV e membro do IAB, explicou que Meira foi considerado inimputável devido a problemas neurológicos, recebendo assim uma medida de segurança em vez de uma pena. Após avaliações médicas, decidiu-se que ele não apresentava mais periculosidade e poderia receber tratamento ambulatorial.

A liberdade de Meira está condicionada a seguir um tratamento extra-hospitalar, manter bom relacionamento interpessoal e cumprir um recolhimento domiciliar noturno. Ele também está proibido de portar armas, consumir álcool e drogas, frequentar locais como bares e casas de jogos, entre outras restrições.

O advogado Vivaldo Amaral, que representa o atirador, preferiu não comentar sobre a soltura de seu cliente. Vale ressaltar que, mesmo se Meira tivesse todas as suas capacidades mentais, não cumpriria a pena de 48 anos e nove meses, já que o tempo máximo de prisão no Brasil era de 30 anos até 2019.

Detalhes do crime e do julgamento

No fatídico dia do crime, Meira, então estudante de medicina de 24 anos, estava assistindo ao filme “Clube da Luta” quando iniciou o tiroteio. Após ser dominado pelos seguranças, ele foi detido e encaminhado às autoridades. O atirador cumpria sua medida de segurança na Bahia, onde permaneceu até ser liberado recentemente.

Com a liberação de Meira, surgem questões sobre o sistema penal e a aplicação de medidas de segurança em casos como esse. A decisão da Justiça levanta debates sobre os critérios de avaliação de periculosidade e os procedimentos adotados para a reinserção do indivíduo na sociedade.

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