Protesto de servidores do IBGE no Rio de Janeiro contra gestão de Marcio Pochmann gera crise interna no instituto

Servidores do IBGE Protestam Contra Gestão de Marcio Pochmann

No Rio de Janeiro, servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (26) em frente à sede do órgão. O motivo do ato foi a insatisfação dos funcionários com as medidas implementadas pelo presidente do IBGE, o economista Marcio Pochmann, indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A entidade sindical que representa os trabalhadores do instituto, a Assibge, convocou o protesto em resposta ao que chamou de “medidas autoritárias” de Pochmann. A crise interna do IBGE se intensificou nos últimos dias, com servidores reclamando da falta de diálogo com a gestão do economista, que está em viagem, segundo informações da assessoria. O protesto reuniu lideranças sindicais e técnicos em frente à sede do órgão, na avenida Franklin Roosevelt, no centro do Rio.

Um dos pontos de discordância é a criação da fundação pública de direito privado IBGE+, considerada por muitos como um “IBGE paralelo”. O estatuto da fundação prevê parcerias e acordos com entidades públicas e privadas, o que levanta preocupações sobre a possibilidade de arrecadação de recursos junto ao setor privado no futuro.

A presidência do IBGE justificou a criação da IBGE+ como uma forma de obter recursos para pesquisas e projetos, devido às atuais restrições orçamentárias que atingem o instituto. Mais de 90% do orçamento do IBGE está comprometido com despesas de pessoal, o que limita a verba disponível para atividades de pesquisa.

Além disso, houve críticas em relação a mudanças no regime de trabalho e a possível transferência de funcionários para um prédio do Serpro no Horto, zona sul do Rio, considerado de difícil acesso por transporte público. A gestão Pochmann alega que busca reduzir os custos de aluguel do IBGE e defende o retorno às jornadas presenciais pelo menos dois dias por semana.

O IBGE é o principal órgão de estatísticas do Brasil, responsável por importantes levantamentos que subsidiam políticas públicas e fornecem indicadores econômicos essenciais. A gestão Pochmann tem enfrentado resistência não apenas dos servidores, mas também de técnicos de diretorias internas do instituto, que se queixaram de falta de consulta nos processos decisórios.

Em resposta às críticas, a presidência do IBGE publicou um comunicado rebatendo as acusações e reafirmando a abertura ao diálogo, destacando que a Assibge se recusou a participar de reuniões com a direção do instituto. A nota completa pode ser acessada no site oficial do IBGE.

Sair da versão mobile