Porteiro recebe novo rim após longa espera por transplante
O porteiro Valdecir Epifânio, 61 anos, passou por uma jornada difícil em busca de um novo rim após uma descoberta durante um exame de rotina em 2006. Na época, os médicos constataram que um de seus rins operava com apenas 25% da capacidade, colocando sua saúde em risco. “Os médicos me diziam que eu era uma ‘bomba’”, relata Valdecir.
O diagnóstico iniciou um desafio comum entre aqueles que aguardam por um novo órgão: equilibrar as finanças durante o processo de transplante. Valdecir, que recebia cerca de R$ 4.500 como segurança de carro-forte, teve que lidar com o afastamento do trabalho e a negativa do INSS para receber auxílio pela incapacidade temporária.
Após seis meses sem salários, Valdecir só voltou a receber quando a empresa decidiu realocá-lo em uma nova função. O auxílio do INSS só foi concedido em 2015, quando ele iniciou a diálise antes do transplante.
Esforço financeiro durante a espera por um órgão
A presidente da ABTO, Luciana Haddad, ressalta que os impactos financeiros variam em cada caso de quem espera por um órgão, dependendo de diversos fatores como a renda familiar, a dependência do paciente e o tempo de espera na fila de transplante.
Em um estudo realizado no Hospital das Clínicas em São Paulo, estimou-se que os custos hospitalares de pacientes à espera de um fígado chegaram a cerca de R$ 18 milhões. Apesar dos desafios financeiros, o SUS custeia grande parte dos procedimentos de transplante no país.
Receptores e a importância do SUS no pós-operatório
Após o transplante, os receptores como Michelle Luckesi, de 31 anos, contam com imunossupressores fornecidos pelo SUS. Michelle destaca a importância do serviço público de saúde em sua trajetória, apesar das complicações pós-operatórias.
O Ministério da Saúde destaca a realização de mais de 14 mil transplantes pelo SUS apenas no primeiro semestre deste ano e ressalta a solidariedade da doação de órgãos.
Valdecir, que recebeu o novo rim de um militar de 43 anos, segue sua rotina de acompanhamentos de saúde e se dedica a incentivar a doação de órgãos.
Conclusão
A jornada de Valdecir e de tantos outros pacientes em busca de um novo órgão evidencia a importância do sistema de saúde pública no Brasil e a necessidade de conscientização sobre a doação de órgãos. A solidariedade e o cuidado com a saúde de todos são fundamentais para garantir uma segunda chance de vida a quem precisa de um transplante.