Importações ameaçam investimentos e balança comercial brasileira, alerta Coalizão Indústria em evento em São Paulo.

A Coalizão Indústria, uma associação que reúne 14 entidades empresariais, trouxe à tona preocupações sobre as importações provenientes de países com “práticas predatórias” de comércio. Segundo a entidade, essas importações representam uma ameaça aos investimentos das empresas nacionais, podendo resultar em perdas de aproximadamente R$ 826 bilhões até 2027. Além disso, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), que integra a Coalizão Indústria, prevê um déficit de US$ 135 bilhões na balança comercial brasileira até 2024.

Em um evento realizado em São Paulo, a Coalizão Indústria apresentou essas preocupações, destacando que as transformações geopolíticas decorrentes da pandemia e a necessidade de escoar o excedente de capacidade de produção aumentaram os fluxos de produtos desses países, agravando a competição nos mercados internos.

O coordenador da Coalização, Marco Polo de Mello Lopes, alertou que a indústria brasileira está sob ataque, citando as importações predatórias provenientes da China como exemplo. Segundo ele, a China busca escoar seu excedente de produção por meio de exportações com margens negativas e redução de preços, prejudicando a indústria nacional.

Para enfrentar esse cenário desafiador, Mello Lopes defende que o governo adote medidas estratégicas no âmbito do comércio exterior, seguindo o exemplo de outros países que também enfrentam dificuldades semelhantes. Ele ressaltou a importância dos investimentos ameaçados pela situação, destacando que são essenciais para o crescimento sustentável do país a longo prazo e não podem ser facilmente substituídos por outros setores econômicos.

A Coalizão Indústria, que representa 13 setores da indústria nacional, foi criada em 2018 e se apresenta como uma entidade apartidária. Esses setores respondem por uma parcela significativa das exportações de manufaturados do país, gerando milhões de empregos diretos e indiretos e contribuindo significativamente para o pagamento de impostos.

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