Ex-editores do Stand News são condenados à prisão em Hong Kong por cobertura de atos pró-democracia em 2019.

Juízes Sentenciam Ex-Editores do Stand News a Prisão em Hong Kong

Na quinta-feira (26), um juiz em Hong Kong condenou à prisão dois ex-editores do extinto Stand News, um site que se destacou em 2019 pela cobertura dos atos pró-democracia na região.

Chung Pui-kuen e Patrick Lam já haviam sido condenados por conspiração em agosto, tornando-se os primeiros jornalistas a receber essa decisão desde a volta de Hong Kong ao controle chinês em 1997. A sentença anunciada definiu as penas de prisão para ambos.

Lam, que sofre de uma doença renal rara, foi libertado por ter cumprido quase um ano de sua sentença. Por outro lado, Chung recebeu uma sentença de 21 meses, dos quais cumprirá cerca de dez considerando o tempo em custódia preventiva. Ao sair do tribunal, Chung foi cumprimentado por colegas.

Diplomatas de várias nações ocidentais testemunharam a sentença, incluindo representantes dos Estados Unidos, União Europeia, França, Reino Unido, Canadá e Irlanda.

Contexto e Reações

Após sua condenação em agosto, Chung escreveu uma carta ao juiz, enfatizando a importância da liberdade de expressão em Hong Kong. Ele afirmou que é responsabilidade dos jornalistas relatar de forma sincera as histórias e pensamentos da comunidade.

O Stand News, fundado em 2014, era um dos principais portais de notícias de Hong Kong com reportagens críticas e comentários. O fechamento do site em 2021 ocorreu após a prisão dos dois editores pela polícia.

Impacto da Lei de Segurança Nacional

O julgamento dos editores foi baseado em uma lei colonial de 1938, porém, em março deste ano, Hong Kong aprovou uma nova lei de segurança nacional. Essa legislação concede mais poderes às autoridades para reprimir a oposição, incluindo penas mais duras para crimes políticos.

A aprovação da lei foi vista como um reflexo da crescente repressão à liberdade no território por parte do governo chinês. Grupos internacionais de defesa da liberdade de imprensa criticaram a decisão do tribunal, alertando sobre o perigo que isso representa para a liberdade de imprensa em Hong Kong e a independência jornalística.

Com informações de Reuters e The New York Times.

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