Falece o jornalista e escritor Sebastião Nery aos 92 anos no RJ, deixando legado político e literário de grande influência.

O jornalismo brasileiro perdeu uma de suas grandes referências nesta segunda-feira, com o falecimento do renomado jornalista e escritor Sebastião Nery, aos 92 anos, no Rio de Janeiro. O veterano profissional estava com sua saúde debilitada nos últimos quatro meses e veio a óbito devido a causas naturais.

Sebastião Nery, natural da cidade de Jaguaquara, Bahia, teve uma carreira marcada por sua atuação como um dos jornalistas políticos mais influentes durante a ditadura militar. Iniciou sua jornada em Minas Gerais, na década de 1950, onde começou a construir seu legado como jornalista.

Com mais de 15 obras publicadas, Nery ficou conhecido pela sua coluna “Contra Ponto”, que estreou em 1975 no jornal Folha de São Paulo e durou até 1983. Além disso, teve um programa diário na Rede Bandeirantes nos anos de 1978 a 1980, no qual realizava comentários políticos. Sua influência se estendeu além das fronteiras brasileiras, participando do Encontro de Lisboa, em 1979, que discutiu a reorganização do Partido Trabalhista Brasileiro e sua relação com Leonel Brizola.

Sebastião Nery também teve atuação política, sendo eleito deputado estadual pela Bahia em 1963, mas teve seu mandato cassado pelo regime militar em 1964. Mesmo com as adversidades, o jornalista seguiu trabalhando incansavelmente e em 1982 se elegeu como deputado federal no Rio de Janeiro.

Sua trajetória foi marcada por momentos de destaque e polêmicas, como sua expulsão do PDT em 1985 e seu embate com Leonel Brizola. Nery deixou um legado de coragem, ética e comprometimento com a verdade, sendo lembrado não apenas como um grande jornalista, mas como um defensor da democracia e dos valores humanos.

Seu velório acontecerá no Cerimonial do Carmo, no bairro do Caju, e seu corpo será cremado após a cerimônia de despedida. Sebastião Nery deixa um vazio no jornalismo brasileiro, mas seu legado continuará inspirando gerações futuras.

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