Brasil bate recorde de profissionais públicos no segundo trimestre, impulsionado por contratações nos municípios e aumento de servidores sem carteira assinada.

No segundo trimestre deste ano, o Brasil bateu recorde de profissionais públicos, com 12,65 milhões de pessoas trabalhando no setor. A cifra é impulsionada pela alta de contratações nos municípios e pelo número de servidores sem carteira assinada, que cresceu 58% na última década.

Segundo levantamento feito pelo economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultoria Econômica, com base em dados da Pnad Contínua, o número de servidores públicos no país atingiu seu ápice no segundo trimestre deste ano. A tendência de crescimento, especialmente nos municípios, vem sendo impulsionada por diversos fatores, incluindo as eleições municipais e a maior demanda por serviços essenciais.

De acordo com especialistas, o aumento nos quadros municipais está relacionado, em parte, ao período eleitoral. Com a busca por melhores resultados, prefeitos têm buscado otimizar os serviços públicos oferecidos, o que resulta na necessidade de contratar mais profissionais para atender à demanda.

O professor Fernando Coelho, da USP, destaca que a pressão sobre as cidades para melhorar a qualidade dos serviços prestados tem sido um fator determinante para o aumento de servidores. Além disso, a necessidade de aprimorar a gestão e de acompanhar as demandas da população tem contribuído para a expansão do quadro de funcionários públicos nos municípios.

A modernização da administração pública também tem sido apontada como um motivo para o aumento de contratações. Com a reorganização da gestão de pessoas e o foco na eficiência dos serviços, as prefeituras têm buscado adequar seus quadros às demandas atuais da sociedade.

Em relação ao mercado de trabalho como um todo, o Brasil tem registrado taxas de desemprego em queda, o que tem impactado também o setor público. A retomada de concursos após a pandemia e a necessidade de reposição de servidores aposentados são aspectos que influenciaram o crescimento do número de profissionais no setor.

Apesar do crescimento no número de servidores, a presença de profissionais sem carteira assinada ainda é relevante em alguns estados e municípios. A professora Renata Vilhena alerta para a necessidade de um planejamento estratégico nessas contratações, visando garantir a eficiência e a sustentabilidade das finanças públicas a longo prazo.

Diante desse cenário, a discussão sobre uma possível reforma administrativa no futuro se coloca como uma pauta importante. A qualidade das contratações, o equilíbrio das contas públicas e a efetividade dos serviços prestados são aspectos que devem ser considerados na gestão do funcionalismo público no país.

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