Presidente Lula critica falta de ambição e ousadia na ONU e aponta caminhos para futuro sustentável em Nova York.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez seu primeiro discurso em Nova York durante a Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) e destacou a falta de ambição e ousadia no Pacto para o Futuro, documento a ser assinado pelos líderes mundiais. Lula ressaltou que é necessário um novo direcionamento para que a entidade desempenhe efetivamente o seu papel.

Durante a Cúpula do Futuro, realizada no domingo (22), o presidente brasileiro abordou a crise da governança global e mencionou os conflitos armados que assolam o mundo atualmente. Ele enfatizou a necessidade de transformações estruturais diante das limitações das instâncias multilaterais e da perda de vitalidade de órgãos como a Assembleia Geral e o conselho econômico e social da ONU.

No ano anterior, o Brasil enfrentou dificuldades para aprovar uma Resolução no Conselho de Segurança da ONU relacionada ao conflito entre Israel e o grupo Hamas. O voto dos Estados Unidos inviabilizou a aprovação, evidenciando as complexidades diplomáticas existentes no cenário internacional.

A Cúpula do Futuro reuniu líderes mundiais para debater questões emergentes de segurança, acelerar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e discutir o impacto das tecnologias digitais. Lula considerou positivas as abordagens inéditas do Pacto, como a dívida de países em desenvolvimento e a tributação internacional, destacando a importância de recolocar a ONU no centro do debate econômico mundial.

O presidente também criticou a falta de representatividade do Sul Global nas instituições internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU e as entidades de Bretton Woods. Ele alertou para a lentidão na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e ressaltou a necessidade de uma abordagem inclusiva e equitativa na governança digital e nas ações climáticas.

Em relação aos direitos humanos, Lula defendeu a promoção da igualdade de gênero, o combate ao racismo e a manutenção da paz global. Ele ressaltou a importância de não retroceder nos avanços conquistados e enfatizou a necessidade de coragem e vontade política para enfrentar os desafios presentes e futuros. O presidente encerrou seu discurso destacando a importância de deixar um legado positivo para as próximas gerações.

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