Brincadeiras de esconde-esconde revelam talentos cognitivos dos ratos de laboratório

Realizar estudos científicos brincando de esconde-esconde com ratos de laboratório pode parecer uma proposta inusitada, porém, os resultados surpreendentes desse tipo de pesquisa têm revelado a complexidade cognitiva desses animais.

Recentemente, pesquisadores descobriram que os ratos conseguem se lembrar do local onde uma pessoa se escondeu em rodadas anteriores do jogo, tornando-se mais eficientes em encontrá-la caso repita o mesmo esconderijo. Além disso, quando são eles mesmos que se escondem, os roedores demonstram capacidades como variar o local de esconderijo, preferir compartimentos opacos em vez de transparentes, e manter-se quietos até serem encontrados, tudo isso devido às recompensas simples, como os carinhos dos pesquisadores.

Esse novo entendimento sobre o comportamento dos ratos foi publicado recentemente na revista Science por Inbal Ben-Ami Bartal, da Universidade de Tel Aviv. O estudo revela também a intensa socialização desses animais, que demonstram empatia e capacidade de compreender estados mentais de outros indivíduos, incluindo seres humanos.

Os ratos de laboratório aprendem não apenas realizando tarefas, mas também observando seus pares. Eles são capazes de demonstrar compaixão ao evitar causar dor a outros animais, seja evitando ações que possam machucar outro rato ou até mesmo ajudando-os a se libertar de situações de desconforto, sem a expectativa de recompensa.

Essas descobertas levantam questões éticas sobre as condições de vida dos ratos em laboratórios e reforçam a importância de reconhecer a complexidade e sensibilidade desses animais. Tal conhecimento pode levar a uma melhoria nas práticas de pesquisa e no tratamento dos ratos de laboratório.

Para encerrar, esse artigo é dedicado a todos os roedores que contribuem para o avanço científico, com destaque para o carismático Tomatini, que deixou sua marca em uma biblioteca com sua gentileza.