Poluição plástica ameaça tartarugas-verdes: quase 70% das encalhadas no litoral do RJ ingeriram detritos de origem humana.

Uma preocupante descoberta foi revelada por pesquisadores da Universidades Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), juntamente com instituições parceiras, em um artigo publicado nesta sexta-feira. O estudo aponta que quase 70% das tartarugas-verdes encontradas encalhadas no litoral centro-sul do Rio de Janeiro entre maio de 2019 e março de 2021 tinham resíduos sólidos de origem humana, principalmente plásticos, em seus organismos.

Os pesquisadores analisaram os tratos gastrointestinais de 66 tartarugas-verdes e encontraram um total de 1.683 detritos. Entre eles, 850 eram plásticos flexíveis, como sacolas plásticas, que estavam predominantemente no intestino grosso dos animais. Também foram identificados outros tipos de resíduos, como linhas, cordas, plásticos rígidos e borrachas.

O estudo sugere que as tartarugas possam ingerir os detritos por se assemelharem com sua alimentação natural. A pesquisadora Beatriz Guimarães Gomes, da Uerj, destaca a importância desse trabalho, que evidencia o impacto da poluição plástica nas tartarugas-verdes e contribui para estratégias de proteção na região.

Além disso, a Organização das Nações Unidas declarou o período de 2021 a 2030 como a Década do Oceano, visando combater problemáticas como a poluição marinha. A falta de conscientização, o consumo excessivo de plásticos descartáveis e o descarte inadequado são fatores que ampliam o problema, segundo Gomes. A educação ambiental, a reciclagem e a transição para uma economia circular são medidas fundamentais para reduzir danos à vida marinha e combater a poluição plástica nos oceanos.

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