Movimento Antiaborto buscando novas estratégias após fim do direito ao procedimento em âmbito federal: “Somos todos incrementalistas agora”.

Somos todos incrementalistas agora. Essa é a afirmação de Ryan Anderson, presidente do Centro de Ética e Políticas Públicas, em um novo ensaio que aborda a política do aborto nos Estados Unidos após o fim do direito ao procedimento em âmbito federal.

Anderson destaca que o movimento antiaborto tem enfrentado uma série de contratempos, incluindo derrotas em plebiscitos em estados tradicionalmente conservadores, perda de terreno em pesquisas de opinião e a ausência de uma linguagem antiaborto clara na plataforma republicana. Isso está levando o movimento a adotar uma abordagem gradual, fazendo concessões e se adaptando ao que é chamado de “realismo pró-vida”, como descrito por Michael Brendan Dougherty, da National Review.

As opiniões sobre o que significa exatamente ser incrementalista ainda são divergentes. Alguns defendem aceitar mudanças pró-escolha sob a administração Trump como forma de proteger os interesses antiaborto, enquanto outros argumentam que é necessário se afastar do legado de Trump e buscar novas abordagens, como proposto por David French do New York Times.

A questão do incrementalismo levanta debates sobre estratégias políticas, mudanças culturais e até mesmo perspectivas pessoais dos defensores antiaborto. A eleição presidencial nos EUA será crucial para determinar a direção que o movimento tomará, de acordo com os diversos pontos de vista apresentados.

O fim do caso Roe vs. Wade impôs desafios ao movimento antiaborto, forçando-o a lidar com suas limitações políticas e a defender conquistas que não foram necessariamente endossadas pela opinião pública. Atualmente, mais de uma dúzia de estados têm leis contra o aborto, refletindo a complexa situação em que o movimento se encontra.

Para avançar, a estratégia antiaborto precisa focar em consolidar suas vitórias políticas, ao mesmo tempo em que busca ganhar mais apoio público para sua causa. A discussão sobre questões como federalismo, políticas familiares e mudanças culturais é essencial para moldar o futuro do movimento.

Kamala x Trump

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Em resumo, o debate antiaborto nos EUA está em um momento de transformação, com os defensores da vida tendo que se adaptar a novas realidades políticas e culturais. O caminho a seguir será determinante para o futuro do movimento e para a questão do aborto no país.

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