Desembargador concede prisão domiciliar a acusado de envolvimento no assassinato de indigenista e jornalista na Terra Indígena Vale do Javari.

O desembargador Marcos Augusto de Sousa, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), com sede em Brasília, proferiu uma decisão polêmica nesta sexta-feira (20) ao conceder prisão domiciliar ao pescador Oseney da Costa de Oliveira, um dos réus acusados pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas, em 2022.

A prisão domiciliar foi solicitada pela defesa do acusado, alegando problemas de saúde de Oseney, que necessita de uma colonoscopia para tratar um sangramento na região retal. Antes de deixar o presídio, Oseney será obrigado a utilizar uma tornozeleira eletrônica para ser monitorado em Manaus, onde ficará na residência de um parente.

A decisão favorável a Oseney foi embasada na rejeição da acusação do Ministério Público contra ele pela Quarta Turma do TRF1 na última terça-feira (17). Segundo o desembargador Marcos Augusto, não existem provas suficientes da participação de Oseney nos homicídios de Bruno e Dom, o que fundamentou a concessão da prisão domiciliar.

Enquanto Oseney foi beneficiado com a medida, os réus Amarildo e Jefferson terão que aguardar julgamento no Tribunal do Júri de Tabatinga (AM) e permanecerão presos. A dupla é acusada do mesmo crime que resultou na morte do indigenista e do jornalista britânico.

Bruno e Dom foram vítimas de uma emboscada enquanto viajavam de barco pelo Vale do Javari, território que abriga a Terra Indígena Vale do Javari, uma das maiores do país. Os corpos dos dois foram encontrados enterrados em uma área de mata fechada, desencadeando uma investigação que levou à prisão dos acusados.

Dom Phillips, colaborador do jornal britânico The Guardian, era reconhecido por sua cobertura jornalística ambiental na região amazônica, enquanto Bruno Pereira, ex-coordenador da Funai, dedicava-se à proteção dos povos indígenas e à preservação ambiental.

A concessão da prisão domiciliar a Oseney da Costa de Oliveira gerou controvérsias e preocupação na sociedade, que espera por justiça no desfecho desse caso que chocou o Brasil e o mundo.

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