Operação da PF em casa de prefeito de Macapá em meio à campanha de reeleição

O atual prefeito de Macapá e candidato à reeleição, Antônio Furlan (MDB), foi alvo de uma ação da Polícia Federal nesta quinta-feira (19) dentro de sua casa. Segundo a última pesquisa Quaest, Furlan lidera com 86% de intenção de votos. A operação, denominada “Plattea”, investiga indícios de corrupção relacionados à obra de urbanização e paisagismo na orla da cidade. A PF aponta que houve fraude na execução da obra, com suspeitas de pagamento de propina a servidores municipais.

A investigação se concentra em um repasse da União no valor de R$ 10,3 milhões destinado à obra. A empresa vencedora da licitação teria pagado vantagens indevidas a servidores, chegando a mais de R$ 500 mil em pagamentos suspeitos. O prefeito Furlan convocou uma reunião na praça Jacy Barata, local da obra em questão, e falou em perseguição política da oposição. Ele afirmou que a prefeitura está à disposição dos órgãos de fiscalização e confia na Justiça.

Esta não é a primeira vez que Furlan é alvo de ação da PF. Durante a campanha eleitoral de 2022, sua esposa, Rayssa Furlan, concorreu ao Senado e a residência do casal foi alvo de uma operação policial. Na ocasião, Rayssa obteve 42,5% dos votos, perdendo para Davi Alcolumbre.

A prefeitura de Macapá informou que acompanha a operação da PF e se colocou à disposição para colaborar com as investigações. O município ressaltou que já havia rescindido o contrato com a empresa responsável pela obra na praça Jacy Barata.

Antônio Furlan venceu as eleições de 2020 em meio a um cenário impactado pelo apagão que afetou a região. Seu principal concorrente foi Josiel Alcolumbre, irmão de Davi. Josiel contou com o apoio de Clécio Luís Vieira, ex-prefeito de Macapá e atual governador do Amapá, e de Waldez Góes, ex-governador e atual ministro. A atual ação da PF em meio à campanha de reeleição de Furlan levanta questionamentos sobre a transparência e lisura das práticas políticas na cidade.