Diversas vozes se juntaram ao coro de cobrança por uma solução para os cercos sistemáticos contra os indígenas de Mato Grosso do Sul. A deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) expressou indignação com a violência e a omissão das autoridades, e também participou da reunião com o ministro Gilmar Mendes. Nas redes sociais, a deputada enfatizou a urgência da demarcação de terras e a suspensão das leis que perpetuam o genocídio dos povos indígenas.
Sonia Guajajara ressaltou que o direito à Terra Indígena poderia ter sido assegurado aos Guarani Kaiowá, porém, a tramitação foi interrompida e não houve finalização, mesmo diante do aumento das investidas contra a comunidade. Além de Antônio João, outros municípios como Caarapó, Dourados, Coronel Sapucaia e Ponta Porã também são palco de disputas territoriais e violência contra os Guarani Kaiowá.
A Terra Indígena Ñande Ru Marangatu foi declarada para posse e usufruto exclusivo do povo Guarani Kaiowá em 2002, mas a homologação presidencial foi suspensa pelo ministro Nelson Jobim, do STF, em 2005. Os ataques contra os indígenas da região são atribuídos a pessoas ligadas ao agronegócio, e a Comissão Guarani Yvyrupa classifica as recentes investidas como um “ataque paramilitar coordenado”.
O histórico de violência contra os indígenas em Mato Grosso do Sul é alarmante, com casos de tortura contra crianças e um alto número de assassinatos registrados nos últimos anos. O Conselho Indigenista Missionário denunciou a ineficácia das políticas públicas para conter a violência e apontou a participação de policiais militares em milícias privadas responsáveis pela morte de indígenas. A pressão por uma solução para os cercos sistemáticos contra os indígenas da região continua intensa.