Aumento das queimadas e mudanças climáticas intensificam fenômenos como chuva preta e céu alaranjado, alertam meteorologistas.

Eventos como chuva preta e céu alaranjado podem se tornar mais frequentes. O meteorologista acredita que a intensificação das queimadas, associada a períodos prolongados de seca, pode aumentar a frequência de fenômenos como chuva preta e o céu com tons alaranjados. “Se não houver uma contrapartida da sociedade, podemos ver mais fenômenos como esses”, adverte Cecchini.

Mudanças climáticas causadas pelo homem são as principais responsáveis. O aumento de gases de efeito estufa e o desmatamento agravam o cenário atual. Cecchini destaca que o desmatamento na Amazônia, que contribui para a emissão de CO2, está diretamente relacionado às mudanças climáticas globais. “Essas mudanças são causadas pela ação humana, e estamos vendo as consequências de anos de falta de controle sobre a emissão de poluentes”, alerta.

Ondas de calor e eventos climáticos extremos estão se tornando mais frequentes. Andrea Ramos, meteorologista do Climatempo, ressalta que o aumento das temperaturas médias globais tem levado a uma maior frequência de eventos extremos, como ondas de calor e chuvas torrenciais. “Chuvas que eram para acontecer num mês estão acontecendo em um único dia, o que intensifica o impacto”, explica. A seca também agrava as queimadas, que se espalham com mais facilidade.

O El Niño contribuiu para o cenário climático extremo. Ramos destaca que o fenômeno El Niño, iniciado em 2023, intensificou as ondas de calor e as chuvas extremas. “2023 foi o ano mais quente já registrado”, afirma Ramos. Além disso, a seca e o aumento da biomassa no solo criaram condições ideais para queimadas. “O solo seco e quente, combinado com biomassa acumulada, propiciou a propagação das queimadas”, explica Ramos.

Agora, a expectativa é pelo La Niña. O fenômeno tem boas chances de se formar, resfriando as águas do Oceano Pacífico e dando trégua ao calor nos próximos meses, segundo a MetSul.

O impacto na saúde pública

A exposição prolongada à fumaça e ao ar seco pode ser devastadora para a saúde, agravando doenças respiratórias e causando dores de cabeça e complicações pulmonares. “Áreas urbanas, como São Paulo, sofrem com a poluição constante, mas a fuligem das queimadas adiciona uma nova camada de problemas”, afirma Cecchini. Ele também aponta que populações vulneráveis, como crianças e idosos, estão em risco.

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