Aquecimento global aumenta risco de epidemias no Brasil e demanda por energia para resfriamento dispara em todo o mundo

Impacto das mudanças climáticas na saúde e consumo de energia

No Brasil, que enfrentou em 2024 sua mais grave epidemia de dengue, o risco vai se agravar. No Rio de Janeiro, 3 °C extras podem elevar de 69 para 118 os dias propícios para infecção, um aumento de 71%. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 6 milhões de brasileiros pegaram dengue neste ano até agora. Foram quase 4 mil mortes confirmadas pela doença, e a maioria das vítimas tinha entre 20 e 29 anos.

Para a malária, o aumento nas temperaturas globais de 1,5°C para 3°C tem um efeito reverso: o número de dias ideais para transmissão da doença pode cair de 114 para 104,4 dias em média em todo o mundo. Mas o impacto do aquecimento em regiões mais frias, como Europa e América do Norte, favorece o aparecimento da doença onde ela atualmente não é presente.

Energia para refrescar

Para lidar com o calor extremo, moradores de cidades que tiverem condições financeiras devem investir em aparelhos de ar-condicionado – o que aumenta a demanda por energia. As estimativas do WRI mostram que, com 3 °C a mais, pelo menos 194 milhões de pessoas vão aumentar em 100% seu consumo de eletricidade destinada para resfriamento.

Na América Latina, o clima mais quente fará com que a demanda por energia para abastecer os aparelhos de ar-condicionado sofra a maior alta em relação às demais, mostram os cálculos.

Até em países com clima mais ameno e não acostumados ao uso de ar-condicionado, como os europeus, a demanda vai crescer. Em 2023, o ano mais quente já registrado até então, as vendas de aparelhos subiram em média 16% nas semanas de verão do Hemisfério Norte, estimou a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).

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