Empregos Verdes: A Transição Energética e os Desafios do Mercado de Trabalho para o Futuro

Transição Verde: Novos Caminhos no Mercado de Trabalho

O jovem Simon Quack decidiu seguir os passos de seu pai e ingressar na equipe da usina a carvão da RWE em Bergheim, na região da Renânia do Norte-Vestfália, um local que alimentou a economia alemã por décadas. Contudo, com a mudança da Europa para fontes de energia mais limpas, sua carreira tomou um rumo diferente. Aos 28 anos, Quack agora trabalha na divisão de energias renováveis da RWE, contribuindo para gerenciar aprendizes e moldar o futuro da empresa. “Eu queria não apenas falar sobre a mudança, mas ajudar a moldá-la”, afirmou.

A transição verde no mercado de trabalho é uma tendência mundial à medida que os países se afastam dos combustíveis fósseis e investem em indústrias mais sustentáveis. Segundo a Irena, em 2022, havia 13,7 milhões de empregos diretos e indiretos em energias renováveis em todo o mundo, impulsionados principalmente pela energia solar. A expectativa é de adição de mais oito milhões de postos em energia limpa globalmente até 2030, enquanto empregos em combustíveis fósseis devem diminuir em 2,5 milhões no mesmo período.

No entanto, a transição verde também apresenta desafios para os trabalhadores. Empregos altamente qualificados tendem a ser mais bem remunerados, mas funções menos especializadas enfrentam incertezas. Além disso, a mudança de empregos para setores “verdes” levanta questões sobre o impacto nas comunidades e a representatividade sindical.

Impacto da Transição no Mercado de Trabalho

O relatório Perspectivas de Emprego da OCDE destaca que mais de 25% de todos os empregos nos países membros serão afetados pelas políticas de emissões líquidas zero, tanto positiva quanto negativamente. Na União Europeia, a projeção é de uma queda de 14% nos empregos em indústrias de grandes emissões até 2030.

Nos Estados Unidos, os defensores dos trabalhadores estão otimistas com os incentivos na Lei de Redução da Inflação de Joe Biden, que visa criar empregos verdes em comunidades impactadas pelo declínio da mineração de carvão. No entanto, alguns projetos não alcançaram sucesso, deixando comunidades como Paulsboro, em Nova Jersey, desapontadas com a falta de oportunidades de emprego.

À medida que nos aproximamos da próxima cúpula climática da ONU em novembro, espera-se que os países reforcem seus compromissos com empregos verdes e a transição para uma economia mais sustentável. Simon Quack, da RWE, destaca a importância dos trabalhadores nesse processo e ressalta que a transição é necessária. “Eles serão necessários”, enfatiza, destacando a importância dos empregos na indústria verde.

Conclusão

A transição verde no mercado de trabalho é uma realidade em vários países e setores da economia. O desafio agora é garantir que os trabalhadores sejam devidamente qualificados, remunerados e representados à medida que as indústrias se transformam. Com as mudanças climáticas cada vez mais urgentes, investir em empregos verdes é essencial para garantir um futuro sustentável para todos.

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