Trabalhadores migrantes nos EUA – uma realidade perigosa

Em 2023, Hugo testemunhou a morte de seu amigo José Arturo González Mendoza em uma fazenda na Carolina do Norte. Esta trágica ocorrência expõe as duras condições enfrentadas por trabalhadores migrantes nos Estados Unidos.

Hugo, que trabalhava nas fazendas como migrante, relata que Mendoza foi forçado a trabalhar até desmaiar, sem receber os cuidados necessários. Esta não é uma situação isolada, visto que muitos migrantes se submetem a condições de trabalho perigosas em troca de salários mínimos.

A morte de Mendoza chamou a atenção para a exploração enfrentada pelos migrantes nas fazendas americanas. Muitas mortes passam despercebidas, mas o relatório do Departamento do Trabalho da Carolina do Norte revelou as condições perigosas na fazenda Barnes Farming Corporation, onde Mendoza faleceu.

O setor agrícola é um dos mais perigosos em termos de acidentes de trabalho nos EUA, e os migrantes são os mais vulneráveis. As mortes de Mendoza e outros trabalhadores destacam a realidade cruel enfrentada por esses profissionais.

TRABALHADORES DE RISCO

Mendoza e Hugo possuíam visto H2A, que permite trabalho temporário na agricultura. O número de trabalhadores estrangeiros com este visto tem aumentado, demonstrando a dependência do setor agrícola em relação aos migrantes.

Uma investigação federal em 2020 descreveu as condições de trabalho para trabalhadores com visto H2A como “escravidão contemporânea”. A exploração destes trabalhadores, muitas vezes sem documentos, revela a vulnerabilidade dos imigrantes no país.

Recentemente, medidas foram implementadas para melhorar as condições de segurança dos trabalhadores temporários, mas a retórica anti-imigração e as restrições na fronteira podem agravar a situação, inibindo os trabalhadores de reivindicar seus direitos.

A discriminação contra migrantes, como a experiência de Hugo em ser recusado ao comprar água, evidencia os desafios enfrentados por esses trabalhadores. É crucial garantir a proteção e os direitos dos migrantes para evitar tragédias como a de José Arturo González Mendoza.

Por: Jornalista Anônimo