Ministro da Fazenda alerta para eventos climáticos como crises recorrentes e defende ajuste no Orçamento para o combate às consequências.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez declarações impactantes nesta segunda-feira (16) durante um evento do jornal Valor Econômico em São Paulo. Haddad alertou para a possibilidade dos eventos climáticos, que demandam recursos públicos, deixarem de ser considerados extraordinários com o agravamento da crise do clima.

O ministro destacou a importância de não mais encarar as questões ambientais como eventos isolados, citando como exemplo as recentes queimadas. Ele afirmou: “Talvez o extraordinário não seja tão extraordinário daqui para frente. Talvez [eu] seja dos primeiros ministros da Fazenda do G20 que tenha colocado os problemas e oportunidades que a questão climática gera no radar”.

Haddad também mencionou a atuação após a tragédia no Rio Grande do Sul em maio, onde a economia local foi impulsionada após a adoção de medidas específicas. Ele enfatizou a necessidade de lidar com o crime associado à mudança climática, tornando a situação mais desafiadora.

O ministro ressaltou que o Brasil está passando por um período no qual o negacionismo climático e científico agravaram as consequências esperadas. Ele enfatizou a importância de adequar o Orçamento caso os eventos extraordinários se tornem recorrentes, comparando a necessidade de recursos com o enfrentamento da pandemia dentro do antigo teto de gastos.

No domingo (15), o ministro Flávio Dino, do STF, autorizou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a abrir créditos extraordinários para combater as queimadas na Amazônia e no Pantanal, permitindo despesas fora do limite de gastos do arcabouço e da meta fiscal.

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