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Seca extrema e queimadas: especialistas alertam para emergência de saúde pública e climática na Amazônia.

Em meio à grave situação de seca que assola o Brasil, o diretor do Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde da Fiocruz, Carlos Machado, alerta para a urgência de se reconhecer a gravidade da situação. “O que estamos vivendo hoje é alarmante em todos os sentidos. É um ano atípico pela intensidade, extensão e prolongamento da seca. Isso não pode ser tratado com normalidade. Há grupos que propõem declarar emergência de saúde pública junto com a emergência climática”, ressalta. A seca, as queimadas e as ondas de calor têm afetado diversas regiões, trazendo consequências diretamente ligadas à saúde da população.

Na Amazônia, por exemplo, a escassez de água decorrente do desaparecimento dos rios tem gerado sérios problemas, sobretudo no que diz respeito ao abastecimento de água potável. Além disso, as queimadas têm agravado ainda mais a situação, prejudicando a qualidade do ar e impactando diretamente a saúde das pessoas, em especial aquelas que sofrem de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.

O pesquisador Christovam Barcellos, do Laboratório de Informação em Saúde da Fiocruz, destaca a dificuldade das equipes de saúde em atender comunidades ribeirinhas e indígenas devido à seca. Ele alerta também para um aumento de casos de malária em algumas áreas do estado do Amazonas, evidenciando a gravidade do cenário atual.

Com a expectativa de um aumento nos atendimentos por problemas respiratórios, o Sistema Único de Saúde deve enfrentar um desafio adicional. No entanto, o monitoramento em tempo real dessas ocorrências torna-se complexo devido à forma como os dados são coletados e processados pelas unidades de saúde, o que pode dificultar a análise e resposta adequada às demandas da população em meio a essa crise ambiental e de saúde pública.

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